tag:blogger.com,1999:blog-65626348744199322582024-03-19T05:16:02.192-07:00No Bairro do Vinilbairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-20260598934961467502017-05-07T01:23:00.001-07:002017-05-07T01:23:58.788-07:00"Liberdade é fruto - Discos Perdidos e outras Canções de Abril"<div style="text-align: justify;">
Enquanto outros projectos mais ambiciosos ( e bem diferentes ) não são terminados, divulgamos do autor deste blogue " Liberdade é Fruto - Discos Perdidos e Outras Canções de Abril", livro de 228 páginas, que privilegia a inclusão de biografias selecionadas de intérpretes/compositores pouco conhecidos do grande público, em detrimento de outros mais conhecidos. O autor pretendeu ainda incluir discos e/ou canções gravadas em registos musicais diversificados do género balada, como discos de fado, cantares ao desafio, música ligeira e até música folclórica. Neste livro também se destaca o papel que as interpretes femininas também tiveram no contexto da canção política portuguesa ( desde logo com Luísa Basto, mas também com outros nomes menos conhecidos como Ana Teodósio ou Teresa Paula Brito, entre outras)</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcCcvXwkDijAKf1K3tVNtJWxMmhD8WK-LerQTVr9M4QhIP-58sA6pe6ER8vcOl1EVDmGczNWx-fqDg3G3wY1GMcf6lrTHfCOSEoklPkGu5uPS94Bx6nmHYl2ZqDZ0HxvRUSYEnfBAsE3Y/s1600/Liberdade+%25C3%25A9+fruto+-+Capa+com+cedilha+e+l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcCcvXwkDijAKf1K3tVNtJWxMmhD8WK-LerQTVr9M4QhIP-58sA6pe6ER8vcOl1EVDmGczNWx-fqDg3G3wY1GMcf6lrTHfCOSEoklPkGu5uPS94Bx6nmHYl2ZqDZ0HxvRUSYEnfBAsE3Y/s320/Liberdade+%25C3%25A9+fruto+-+Capa+com+cedilha+e+l.jpg" width="282" /></a></div>
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Com prefácio de João Carlos Callixto e profundamente ilustrado, com cerca de 260 imagens, entre capas de discos, recortes de imprensa e outras fotos, “ Liberdade é fruto” é também o primeiro fruto de um intenso trabalho de recolha de registos fonográficos portugueses, com especial incidência nos fonogramas gravados entre a década de 50 e década de 80 do século XX e, mais recentemente, nas gravações portuguesas ocorridas entre o ano de 1900 e 1920. Não será certamente um livro perfeito mas um modesto contributo para melhor compreensão dos fenómenos mais abrangentes da canção política em Portugal e das suas diversas formas de manifestação através da canção.</div>
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O livro poderá ser obtido também através deste blogue, através de envio de mensagem para o email que se encontra associado ao blogue, no canto superior direito da página.</div>
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Quanto ao blogue, não morreu e voltará a mexer em breve.</div>
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bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-32996335514963860662014-07-02T03:44:00.000-07:002014-07-02T06:48:18.196-07:00Maria de Fátima Bravo - Revelação<div style="text-align: justify;">
Revelada através do Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional, Maria de Fátima Bravo foi uma das primeiras vedetas da canção portuguesa e uma das suas melhores vozes. O seu nome ficará para sempre associado à canção “<i>Vocês Sabem Lá</i>”, um dos maiores clássicos da canção portuguesa, escrita pela dupla Nóbrega e Sousa e Jerónimo Bragança. Por tal razão, o seu nome, aparentemente, não teria lugar cativo no Bairro do Vinil, pois, conforme já escrevemos antes, o espírito deste espaço é direccionado para artistas menos conhecidos ou então para fases obscuras de artistas mais conhecidos. No entanto, o interesse da canção que hoje damos a conhecer aos nossos ouvintes justifica por completo este texto. Falamos de uma canção inédita, com o nome de “Revelação”. </div>
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Segundo apuramos junto da própria artista, a canção “Revelação” terá sido uma de entre as duas primeiras canções escritas (propositadamente) para a voz de Maria de Fátima Bravo, quando esta ainda se encontrava no Centro de Preparação de Artistas (CPR) por volta de 1957. Esta canção, tal como a outra (“<i>Algarve de sonho</i>”, que mais tarde seria gravada por António Calvário) foi escrita pelo maestro Joaquim Luís Gomes, com letra de Hernâni Correia e reporta-se, portanto, a uma altura mais recuada de “<i>Vocês sabem lá</i>”, canção com a qual venceria o I Festival RTP da Canção, em 1958.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIMaJkxYOBtPdQcUN5FfCZ7RyN8yQ-Z7AACghyix1Rq7raUvBPdKooW2EP6cd1DpKGKe7NCJyL1FWntkXuD9DjP73cTEmTir69FHer4MeS3wD_V33tgjpzw0Toiuz-QvOxQF6D2OqZmn8/s1600/maria+de+f%C3%A1tima+bravo+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIMaJkxYOBtPdQcUN5FfCZ7RyN8yQ-Z7AACghyix1Rq7raUvBPdKooW2EP6cd1DpKGKe7NCJyL1FWntkXuD9DjP73cTEmTir69FHer4MeS3wD_V33tgjpzw0Toiuz-QvOxQF6D2OqZmn8/s1600/maria+de+f%C3%A1tima+bravo+1.jpg" height="320" width="244" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria de Fátima Bravo, por volta de 1958</td></tr>
</tbody></table>
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Sobre a origem do acetato que partilhamos hoje com os nossos leitores, não podemos adiantar qualquer explicação rigorosa que nos permita ter a certeza absoluta sobre quais as circunstâncias que rodearam a sua gravação, tanto mais que o referido acetato é da RTF (Radiodiffusion-Télévision Française).</div>
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No entanto, uma de duas hipóteses consideramos como possíveis: A primeira e a mais plausível, prende-se com o facto de, ainda antes de terem gravações comerciais, os alunos mais promissores do CPR actuavam em directo na Emissora (daí resultando a gravação da actuação), ou então gravavam prévios acetatos que mais tarde seriam apresentados nos programas da Emissora na impossibilidade de cantarem em directo. Ora, segundo referiu Maria de Fátima Bravo, terá sido bem provável que após o sucesso de “<i>Vocês sabem lá”</i>, uma dessas suas primeiras gravações tenha sido copiada de um acetato da Emissora Nacional para um acetato da Emissora Francesa, aquando da vinda a Portugal de representantes franceses a um grande espectáculo que ocorreu no Cinema Império onde técnicos e representantes das duas emissoras se encontraram em finais dos anos 50.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOTHqodcKlCa3rKp1NA3OvFqTCF0otn4UqSUeEY0iUNAyVNxduiuMiAtgmQhc0d2T3xtqHNbBRlbAShVeZZnoR7JKAUcXbKIia1rUmiBbMLlI477R4Hys5W5k83hr9LT1R_PTGTHGS-Rk/s1600/maria+de+f%C3%A1tima+bravo+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOTHqodcKlCa3rKp1NA3OvFqTCF0otn4UqSUeEY0iUNAyVNxduiuMiAtgmQhc0d2T3xtqHNbBRlbAShVeZZnoR7JKAUcXbKIia1rUmiBbMLlI477R4Hys5W5k83hr9LT1R_PTGTHGS-Rk/s1600/maria+de+f%C3%A1tima+bravo+2.jpg" height="320" width="231" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria de Fátima Bravo em 1961, pouco tempo antes de se retirar da vida artística.</td></tr>
</tbody></table>
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Outra possibilidade que também consideramos plausível é tratar-se (pese embora o estranho label da RTF) de um acetato <i>original</i> da Emissora Nacional mas gravado a partir de um acetato estrangeiro, proveniente de um lote de acetatos comprados ou dispensados de outras estações de rádio, o que não seria facto inédito em Portugal, face aos poucos recursos e meios técnicos existentes à data da gravação.</div>
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Seja como for, certo é que a canção em causa, não foi gravada em Paris e remonta a uma data anterior às gravações comerciais de Maria de Fátima Bravo, quando esta ainda não era conhecida pelo grande público. Por esse motivo, consideramos tratar-se esta gravação de uma verdadeira raridade.</div>
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Uma nota final para o som da gravação que não se encontra nas melhores condições, devido à ausência de meios técnicos para o efeito e também devido ao estado do acetato, que se encontra algo danificado. Ainda assim foi o melhor que conseguimos fazer.</div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyzhRbh41zpF8oi1A-174n-ZfmFmuhkUHGlUyMPU5RMBN-TIeTlT5jaDjaF8kZQTAjY67waCdbMxC-qXClivA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
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Clique no play para ouvir um excerto da canção</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-36024358011833952342014-04-25T11:09:00.000-07:002014-04-25T13:57:12.638-07:00António Rossano - Um artista ecléctico<div style="text-align: justify;">
No dia em que se comemora a Liberdade em Portugal, optámos, ao contrário do que fizemos nos anos anteriores, por publicar um texto de cariz não político e referente a um dos maiores nomes do music-hall português, ainda que o sucesso do artista em questão se tenha verificado de forma mais preponderante no estrangeiro, nomeadamente em França.</div>
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Falamos de António Rossano (de verdadeiro nome António Baião), cantor que frequentou a escola de canto do Maestro Cruz e Sousa, onde aperfeiçoou a sua voz de tenor. Após uma curta participação nos Companheiros da Alegria, em finais dos anos 50, seguiu para Espanha onde obteve sucesso actuando em cabarets, na rádio e, inclusive, na Televisão espanhola. </div>
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Face ao relativo sucesso alcançado em Espanha, tudo indicaria que em Portugal António Rossano viria a confirmar o seu estatuto de vedeta emergente no panorama artístico português. No entanto, Portugal continuava a fechar-lhe as portas, devido à falta de contratos e a algum desinteresse no estilo da sua interpretação, tendo actuado apenas em alguns serões para trabalhadores e pouco mais. Para além disso, António Rossano, após prestar as devidas provas, veria a recém criada Rádio Televisão Portuguesa recusar-lhe a sua admissão nas emissões televisivas por “<i>não possuir as qualidades necessárias para actuar naquela emissora</i>”.</div>
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Porém, a sorte mudaria quando um casal francês (cliente de um Hotel no Luso onde António Rossano se encontrava a actuar) o ouviu cantar, tendo gostado e imediatamente o encaminhado para Paris, onde passados apenas 15 dias já se encontrava a actuar na televisão francesa, tendo pouco tempo depois assinado pela famosa etiqueta discográfica Barclay, para a qual gravou inúmeros discos nas mais diversas línguas e nos mais diversos estilos. De facto, em pouco tempo, António Rossano de artista rejeitado em Portugal passou a ser um artista relativamente conhecido em França, onde para além das canções, fez desde 1958 em diante teatro, operetas, contracenando ao lado das mais importantes figuras da canção e do mundo do espectáculo.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfCkrJ87TNFIfc4KylrAAxdwCPJit-0xCL3DvJzBlMZ2ncedHcXxljca0ZLYmSIJYPm-uB242XXCz0ucPDM1xcrKk70mu3ds_PaBNWJFAwgsKfjH4t99p-9SsOWiGVrRayKeZ002cCnTI/s1600/Rossano,+Ant%C3%B3nio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfCkrJ87TNFIfc4KylrAAxdwCPJit-0xCL3DvJzBlMZ2ncedHcXxljca0ZLYmSIJYPm-uB242XXCz0ucPDM1xcrKk70mu3ds_PaBNWJFAwgsKfjH4t99p-9SsOWiGVrRayKeZ002cCnTI/s1600/Rossano,+Ant%C3%B3nio.jpg" height="320" width="230" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">António Rossano, nos anos 50.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Temos a plena noção que meia dúzia de linhas são insuficientes para resumir a carreira de um cantor outrora tão conhecido e que com o passar dos anos, caiu por completo no esquecimento dos portugueses em geral e das pessoas ligadas ao espectáculo em particular. É que António Rossano, foi, sem qualquer sombra de dúvida, uma figura de cartaz, fazendo frente em termos de popularidade com nomes bem consagrados do nosso panorama musical. Contudo, parece-nos que o destino de António Rossano em Portugal, sempre esteve traçado e que o reconhecimento público em terras lusas nunca lhe esteve destinado. É pena... Para além da sua extraordinária voz, há em António Rossano uma teatralidade latejante em todas as suas interpretações, difícil de encontrar nos tempos de hoje e que poucos outrora conseguiram alcançar. Por outro lado, não podemos deixar de sublinhar o seu lado ecléctico, bem evidenciado nas canções que escolhemos para mostrar aos nossos leitores. Na verdade, António Rossano, cantou nas mais diversas línguas, italiano, espanhol e em francês, língua esta em cujas canções imprimia o carisma bem próprio dos melhores intérpretes da chanson francaise.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigRMHKMVnOeags3P-loQoj_hULJC89NzAARrgY3rsMrbs6dHDDVFgljhjZz1ZZZzIyVVqhFdPFaVKFbX7cRF-noWt0On33fsKiCbeOwnsZe38oA3ZctgQ5rVY2srWZ5cKrVph6yHu2Ryc/s1600/Ant%C3%B3nio+Rossano+bairro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigRMHKMVnOeags3P-loQoj_hULJC89NzAARrgY3rsMrbs6dHDDVFgljhjZz1ZZZzIyVVqhFdPFaVKFbX7cRF-noWt0On33fsKiCbeOwnsZe38oA3ZctgQ5rVY2srWZ5cKrVph6yHu2Ryc/s1600/Ant%C3%B3nio+Rossano+bairro.jpg" height="317" width="320" /></a></div>
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Porém, ainda assim, não podemos olvidar que António Rossano teve também a oportunidade de gravar alguns discos em Portugal, por altura de uma das suas estadias em terras lusas. E é precisamente uma amostra do seu primeiro disco gravado em Portugal que temos para mostrar aos nossos leitores, na qual António Rossano evidencia as suas capacidades interpretativas, num disco de quase puro yé-yé, com tendências líricas, por vezes um pouco desproporcionadas ao estilo que interpretou nesse disco, convenhamos referir. No entanto, cremos que tal em nada belisca a riqueza destas gravações, nem mesmo o facto de as mesmas mais não serem versões de temas estrangeiros, adaptadas por António José e Romeira Alves. Tal facto deve-se, cremos, talvez à urgência de encontrar reportório para António Rossano, aquando da sua estadia em Portugal no início dos anos 60 para que o mesmo pudesse efectuar algumas gravações comerciais em Portugal. Pouco tempo depois, António Rossano viria a gravar novo disco, desta vez já com temas compostos e escritos por autores portugueses e acompanhado pela orquestra de Jorge Costa Pinto (ao contrário do primeiro disco em Portugal, onde foi acompanhado por uma orquestra dirigida pelo maestro francês André Livernaux).</div>
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Sobre o paradeiro de António Rossano, pouco sabemos, nem se o mesmo ainda se encontra entre nós, o que esperamos, pois muita história terá para contar. Dele apenas sabemos que, ainda nos anos 60, terá ido para Bélgica, onde se radicou, sendo proprietário de um restaurante onde cantava. Resta-nos, como sempre, esperar que algum leitor mais atento, nos ajude a encontrar mais informações sobre este cantor. Para já, fica um mix de dois dos seus discos: o primeiro gravado em Portugal para a RCA e o excerto de um outro disco gravado para a etiqueta que o popularizou, a Barclay.</div>
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<br /></div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxHqOePyp1obDVJQwaGC8AzeRklm627oDD1fs81bbKq7_DMJ2PFwPjpZq_KaMQRdPBK77nG76eWm6WO3xtm' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
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Clique no Play para um excerto de algumas gravações de António Rossano</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-31101876854874878472014-04-21T15:53:00.000-07:002014-04-25T13:59:47.203-07:00Viçoso Caetano - Balada dos Boinas Verdes<div style="text-align: justify;">
Regressamos para apresentar um cantor que seguramente muito poucos conhecerão. Aliás, nem sequer sabemos se o mesmo terá sido um verdadeiro cantor de carreira firmada, ou se, bem pelo contrário, a sua incursão pela música não terá sido um acto meramente esporádico, como temos por quase certo. Viçoso Caetano é o seu nome, aliás, um nome verdadeiramente desconhecido e dificilmente memorizável.<br />
No entanto, não duvidamos que a sua voz já terá sido certamente ouvida por muitos militares portugueses pois a ela se deve a única versão portuguesa da célebre canção “Balada dos Boinas Verdes” (Ballad of the Green Berets, o hino das forças especiais norte-americanas Green Berets, originalmente cantada pelo sargento americano Barry Sadler e da autoria de Robin Moore) e que viria a ser traduzida, adaptada e cantada por Viçoso Caetano para português, tendo sido mais tarde adoptada como o hino (oficioso) dos paraquedistas portugueses. <br />
Se por um lado é verdade que muitos até conhecerão o Hino dos Paraquedistas portugueses, não deixará de ser menos verdade que serão seguramente muito poucos os que saberão a quem pertence a voz que o canta. Tal informação não é, aliás, muito divulgada, razão pela qual se impõe em tempo útil a sua divulgação para completo esclarecimento dos potenciais interessados<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; widows: 136;">.</span><br />
<br />
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<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; widows: 136;"></span><br />
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<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; widows: 136;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSUd877a8nss_ywbYgZs8yJ0u-ZSJ34mOj8v3ei1Hqa_HQ2zbXzpbbdrBI4HFzg3if7RW3GgeMkz7elkehiIF_0VU6E8xmMcPSEy-i6IPMaoWCCUoeDuEzx3WxLPyajPd_BIg2xmXxW7g/s1600/Vi%C3%A7oso+Caetano+%23+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSUd877a8nss_ywbYgZs8yJ0u-ZSJ34mOj8v3ei1Hqa_HQ2zbXzpbbdrBI4HFzg3if7RW3GgeMkz7elkehiIF_0VU6E8xmMcPSEy-i6IPMaoWCCUoeDuEzx3WxLPyajPd_BIg2xmXxW7g/s1600/Vi%C3%A7oso+Caetano+%23+1.jpg" height="318" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; widows: 136;">
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
Diga-se ainda que sobre Viçoso Caetano, não logramos recolher muita informação, para alguém de algumas referências na internet que a ele se referem como um ex-alferes miliciano, com serviço militar cumprido em Lourenço Marques, sendo conhecido como o poeta de Fornos de Algodres, terra onde ainda hoje viverá.<br />
Quanto à sua carreira, não temos grandes dúvidas em afirmar que a sua aventura pela música terá sido meramente passageira, quiçá inspirada nos tempos de camaradagem do serviço militar, sendo muito provavelmente o disco em causa reflexo desses tempos, não sendo surpresa para nós admitir que possa ter sido gravado ainda durante o cumprimento do serviço militar.<br />
<div style="text-align: justify;">
Não deixa de ser também muito curioso o facto de o lado A do disco conter precisamente dois temas em crioulo “Hê Filore” e “A iala Wanuna”, que nos conduzem para o folclore africano e para um canto em crioulo que calculamos ser de Moçambique, embora não o possamos afirmar com toda a certeza por não sermos conhecedores do dialecto em causa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pouco mais haverá a acrescentar relativamente a este disco, com orquestrações e coros dirigidos pelo maestro Joaquim Luís Gomes e com a voz bem timbrada de Viçoso Caetano, que retiramos hoje do esquecimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwDQ4TY3vE-N4by_m1iXNnWsh_hcoAzvmlnuRnML2YaxyTXlrVtjmxTmh_t0sYHRZomDx9rQaX881NHUhlbYA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Clique no Play para ouvir os temas: "A iala Wanuna" e "Balada dos Boinas Verdes"
<br />
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Viçoso Caetano - Balada dos Boinas Verdes</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Parlophone LMEP 1275 </div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
A)<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"> Hê Filore/ A iala Wanuna</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">B) Balada dos boinas verdes/ Oh minha terra</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-55681633798777062202014-03-29T12:15:00.002-07:002014-04-25T11:34:59.120-07:00Fernanda da Luz - Igualdade<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">Hoje apresentamos um
dos discos mais desconcertantes que já ouvimos em toda a nossa vida.
É que, para além do interesse e da ambiguidade que as letras das
canções só por si encerram no próprio contexto do disco, há
também a destacar o facto de a intrigante e bela fadista em causa
ter desaparecido sem deixar qualquer rasto no universo fadista (à
semelhança de outras fadistas da época), sendo o seu
paradeiro um verdadeiro mistério.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">No que àquele que
pensamos ser o seu único disco diz respeito, arriscamo-nos a deixar
aqui uma opinião que muitos considerarão um grande disparate. Mas,
por mais voltas que demos, não o conseguimos deixar de classificar (pelo menos tematicamente) como um disco de fado
conceptual, o que desde logo, admita-se, já por si só é um
estranho conceito atendendo ao género musical a que nos referimos. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">As letras escritas
por Fernanda Oliveira (e outra por Francisco Radamento), de forma
consciente ou não, têm como temática um conceito muito preciso: o
estranho lamento de uma esposa que ama o seu marido apesar deste ser
o oposto da dedicação que a sua esposa lhe devota. E acreditem,
leitores, que não foi fácil chegar a esta definição....</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvJkegix07f9935yP7Cjd5yoRpt2rfJZQxq2C9R2MUzTaZuNBuz_NqCtxQVNIKM5Mv8vXEI4HaHb00ePpbYACkPfq4qwoVdpypCN4YN85RogAhpAxVId8kFIANnNxPGNUU7tq0YLfuXNc/s1600/313a300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvJkegix07f9935yP7Cjd5yoRpt2rfJZQxq2C9R2MUzTaZuNBuz_NqCtxQVNIKM5Mv8vXEI4HaHb00ePpbYACkPfq4qwoVdpypCN4YN85RogAhpAxVId8kFIANnNxPGNUU7tq0YLfuXNc/s1600/313a300.jpg" height="319" width="320" /></a></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">É que na realidade o
disco, conforme se disse, é todo ele um estranho contracenso e um
oposto de sentimentos que paradoxalmente vão desaguar num consenso: o amor de uma mulher ao seu marido. Na verdade, este E.P. da
Alvorada é dominado por três canções, com letra de estilo
narrativo, cantadas na primeira pessoa por uma esposa que
aparentemente se encontra revoltada com a sua condição de mulher
desprezada por um marido que tem por hábito chegar de madrugada a
casa (provavelmente vindo da taberna). A expressão máxima dessa
revolta corporiza-se na letra que dá corpo ao fado “Igualdade”,
segundo o qual aquela pobre mulher, numa tentativa de emancipação
acaba por dar o troco ao marido, fazendo o mesmo, ou seja, saindo de
casa (para visitar a mãe) durante a noite ao ponto de o seu marido
ter chegado a casa e não a ter encontrado, tendo ficado
surpreendido por não ver a sua mulher deitada. Neste fado, o
resultado final da acção da esposa acabou por dar os seus frutos,
na medida em que o seu marido, desde esse dia, alterou mesmo o seu
comportamento ao ponto de “assim que a lua aparecia” já se
encontrar metido na cama.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">Não podemos deixar
de ficar indiferentes ao conteúdo da letra “<i>Igualdade</i>” que,
diga-se, se tivesse sido gravada isoladamente, ou seja, num disco de
uma face só, muita polémica teria provocado (caso a censura da
época a deixasse escapar, claro). Porém, como tal canção se
encontra inserida num disco em que Fernanda da Luz canta também os
temas “<i>Amor à pancada</i>“ e “<i>Meu esposo</i>”, aquela letra acaba
por perder qualquer força, transformando o que aparentemente parecia
ser um disco de crítica social e um disco (de intervenção)
feminista numa autêntica paródia machista. Para tal basta o leitor
centrar-se em algumas ideias-base da canção “Amor à pancada”,
título que nos tempos que hoje correm, bem poderia travestir-se numa
forma também conceptual apelidada de violência doméstica. Para
tal basta referir que se defende que o amor sem pancada nunca chega a
ser amor enquanto ideal central deste fado, aliada a uma segunda
ideia-base: a extrema dedicação desta (afinal) submissa esposa
que não se importa de levar porrada!</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">Parece-nos, contudo,
que o extremo da contradição surge com o último fado, “<i>Meu
Esposo</i>”, no qual, mais uma vez a mesma esposa (novamente na primeira pessoa) parece afinal negar toda a letra do tema
“<i>Igualdade</i>”, ao assumir a manifesta desigualdade entre a si e o
seu marido no que à questão da igualdade dizia respeito. Ou seja,
se no tema “<i>Igualdade”</i>, se revolta contra uma situação
desigual, nesta última canção não só se conforma com essa
mesma desigualdade, como também a confirma respondendo ao seu marido
com uma dúzia de beijos.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Naturalmente,
estamos perante um disco interessante mas de análise difícil e que,
sinceramente, muito nos tem intrigado. Sendo certo que Fernanda da Luz
foi apenas a mulher que deu a voz às letras que lhe foram dadas para
ela cantar, sendo de todo impossível, face aos poucos elementos que
possuímos sobre a gravação deste disco, chegar a uma conclusão
que não seja mera especulação sobre as intenções que
verdadeiramente estiveram por detrás da gravação destas três
canções.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj75DhWMrhTizEoFvg1HJq0wFXCYLkCVyTVgp6iBFUcAz5waMhogSaLZykrHhePH8e1I-g5d1iqh7hmt6oySoJ7kl2ff-5hJ32_zQIjLepimXK8WqadzyuySbLsMXMTwDn3pegx6ZmIwzk/s1600/Luz,+Fernanda+da+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj75DhWMrhTizEoFvg1HJq0wFXCYLkCVyTVgp6iBFUcAz5waMhogSaLZykrHhePH8e1I-g5d1iqh7hmt6oySoJ7kl2ff-5hJ32_zQIjLepimXK8WqadzyuySbLsMXMTwDn3pegx6ZmIwzk/s1600/Luz,+Fernanda+da+(2).jpg" height="288" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Fernanda da Luz, por altura da gravação do disco</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;">Sobre
Fernanda da Luz, é muito pouco o que podemos partilhar com os nossos
leitores, sendo certo que deles esperamos a preciosa ajuda para
desvendarmos um pouco mais desta fadista, a cuja graciosidade
ficámos desde sempre rendidos. Ainda assim, adiantamos que se
estreou como profissional em 1958 no café Luso em Lisboa,
tendo ganho, inclusive, um concurso e sido coroada como “rainha”
num concurso de “cantadeiras” (como na época se chamavam).
Trabalhou depois em vários retiros, incluindo a casa de fados da
famosa Márcia Condessa. Depois foi para o Porto, cantando em quase
todas as casas de fado portuenses (A candeia, O tamariz e o
Palladium). Em Maio de 1965, depois do seu reaparecimento, aceitou
um convite para cantar em Angola durante vários meses, local onde
ainda se encontrava em Junho desse ano, juntamente com fadistas que
ai se encontravam a cantar, tais como Henriqueta de Almeida, Maria
Emília, Mimi de Sousa, Maly Socorro, Maria Silvestre (outra
desaparecida ...) e Lourdes Oliveira. Depois dessa data, não mais
ouvimos falar de Fernanda da Luz. Terá casado em Angola ? Terá
abandonado a vida artística ? Os leitores atentos o dirão. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyFeRWvBD1vTiQQWeppglg5aTlaokaClOOxl5SWnCaC5PS886V3CzQeW8tMeJsGX8ObN5_N0JdvbCu91dCIGQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Clique no Play para ouvir (excepcionalmente na íntegra, pelo seu interesse) os fados "Igualdade", "Amor à pancada" e "Meu esposo"</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Fernanda da Luz </div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Alvorada MEP 60313</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
A) Chiquinho Faia (José Marques/ Fernanda de Oliveira) / Igualdade (João da Mata/ Fernanda de Oliveira)</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
B) Amor à pancada (Alfredo Marceneiro/ Francisco Radamanto) / Meu esposo (Casimiro Ramos/ Fernanda de Oliveira) </div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Acompanhamento: Marcírio Ferreira, António Proença e José Maria Carvalho</div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-22317094295984147262014-02-08T03:14:00.004-08:002014-04-25T13:50:02.547-07:00Beatriz de Sousa Santos - Uma vedeta totalmente ignorada<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-size: small;">Uma das figuras
mais distintas da música portuguesa de todos os tempos é também
simultaneamente uma das mais esquecidas pela nossa imprensa (mesmo a
especializada). Cabe-nos a nós contribuir para que a memória de
alguns sobreviventes dessa época não se esmoreça, bem como
contribuir para que outros fiquem a conhecer (ainda que com algumas
décadas de distância) essa grande pianista que foi Beatriz de Sousa
Santos.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-size: small;">Beatriz de Sousa Santos era uma
artista peculiar e foi esse aspecto que sempre a caracterizou. De
facto, não podemos olvidar que na época de 40 e 50 foi uma das
poucas mulheres que se destacou como instrumentista num universo
predominantemente masculino. Contudo, a singularidade de Beatriz de
Sousa Santos vai muito para além disso, pois outras mulheres
solistas instrumentistas co-existiram na mesma altura. O que mais se
destaca é simplesmente a linha artística que a mesma seguiu, pois
embora tivesse adoptado como instrumento de eleição o piano,
afastou-se da linha clássica da altura, aderindo aos ritmos
modernos sobre teclas e à improvisação sobre temas estrangeiros
aprendidos de ouvido em noites às claras junto ao seu rádio
receptor.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFFtI-kD_jAu2B5GFs2bCvBPPUIPHUhBCRH9_9MrG4h-roMADndGsr-Q-rF9XioYDvhtpTQHCfoAHxDbB7WLsAGeHjfwnxrUGZcdd6mkPz2AuAMJIwK2OpZpsEuPfrJic6rYCQgumMdKg/s1600/209a300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFFtI-kD_jAu2B5GFs2bCvBPPUIPHUhBCRH9_9MrG4h-roMADndGsr-Q-rF9XioYDvhtpTQHCfoAHxDbB7WLsAGeHjfwnxrUGZcdd6mkPz2AuAMJIwK2OpZpsEuPfrJic6rYCQgumMdKg/s1600/209a300.jpg" height="317" width="320" /></a></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-size: small;">Em inícios de
1944, o director musical da NBC, enviou-lhe um telegrama com uma
proposta milionária para actuar nas emissões normais daquela
estação. O telegrama tinha os seguintes dizeres: “</span><span style="font-size: small;"><i>Oferecemos
contrato de executante de piano, música moderna, com ordenado anual
de dez mil dólares para actuar nas emissões normais da N.B.C.
Queira responde</i></span><span style="font-size: small;">r”. </span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="font-size: small;">Contudo, contrariamente
ao que fora noticiado na época com grande destaque na imprensa, Beatriz
de Sousa Santos, acabou por recusar tal convite, ficando-se por
Portugal onde fez toda a sua carreira, fosse como pianista residente
do Hotel Mundial (onde terá permanecido cerca de 19 anos), seja na
Emissora Nacional, onde colaborou com assiduidade com Mota Pereira,
no Centro de Preparação de Artistas de Rádio, desde a sua fundação
em 1947. Não deixa de ser curioso que Beatriz de Sousa Santos chegou
a confessar ter medo das audiências de milhões de ouvintes nos
Estados Unidos ao mesmo tempo que admitia ser um sonho </span><span style="color: black;">trabalhar
com os coros de All Johnson, ou conhecer Bing Crosby ou Vera Lynn,
que na altura fariam furor na N.B.C. Terá sido a sua exagerada modéstia que a impediu de se tornar mundialmente famosa, não duvidamos.<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2yy4cFv-yW7AHZGdhs5FPPDDWlrOfS_nCf2J4b7lRkcfHln5MbC0Qyf-oqpiJnVyBfPoXiPnfC0DKGwXXwAQtnxWbSDvmV_12VmyJRDAGtzwNtmYRF9_lKOJbT00WPdx4z0z69JVz07s/s1600/Beatriz+de+Sousa+SAntos+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2yy4cFv-yW7AHZGdhs5FPPDDWlrOfS_nCf2J4b7lRkcfHln5MbC0Qyf-oqpiJnVyBfPoXiPnfC0DKGwXXwAQtnxWbSDvmV_12VmyJRDAGtzwNtmYRF9_lKOJbT00WPdx4z0z69JVz07s/s1600/Beatriz+de+Sousa+SAntos+(2).jpg" height="320" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Beatriz de Sousa Santos, nos anos 40</td></tr>
</tbody></table>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">Temos
plena consciência que as novas gerações provavelmente nunca
ouviram falar de Beatriz de Sousa Santos, pois o apogeu da sua
carreira ocorreu há mais de 50 anos , durante as décadas de 40 e de 50
do século passado. No entanto, não deixamos de lamentar que tão
ilustre e mediática figura não conste em qualquer obra de carácter
enciclopédico virada para a música ou para as artes e o
espectáculo. Uma verdadeira lacuna. Veremos o que o futuro nos
reserva.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">Escusado
será dizer, como aliás bem se salienta no blogue “Isto é
Espectáculo” que Beatriz de Sousa Santos morreria na miséria,
totalmente esquecida pelo público e por aqueles que outrora do seu
talento se serviram para promover a imagem da cultura e do talento
dos portugueses.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">Caso
algum leitor disponha de mais dados sobre esta figura incontornável gostaríamos que entrasse em contacto connosco. Para já, deixamos
para os nossos ouvintes e leitores uma pouco da música de Beatriz de
Sousa Santos.</span><br />
<span style="color: black;"><br /></span>
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyuxu4G12-MVSXScxA44YMiN97kmbPJKSG68LgMDcLSOQ2NV7K-XLi5n7_ifLDgE2H0gUb0J7apLGZv9JCUew' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">Beatriz de Sousa Santos </span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Alvorada MEP 60209</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">A1) Canção do mar - Estoril - Sempre que Lisboa canta </span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">A2) Chove lá fora - La paloma - Cielito lindo</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">B1) Flamingo - Woman in love</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">B2) La piu bella del mondo - Parole e musica - Chau Chau bambina</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<span style="color: black;">Clique no play para ouvir a última canção do lado B.</span></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-22502980549863728222014-02-06T07:14:00.003-08:002014-02-08T11:01:16.388-08:00Alberto Ramos - Falecimento<div style="text-align: justify;">
Foi com enorme pesar que soubemos, pela família de Alberto Ramos, que este faleceu ontem em Cascais aos 83 anos. Infelizmente, por falta de tempo (devido aos nossos afazeres profissionais) não nos foi possível actualizar com mais informação e na devida altura o texto que <a href="http://bairrodovinil.blogspot.pt/search/label/Alberto%20Ramos">aqui </a>escrevemos sobre Alberto Ramos, que gentilmente entrou em contacto connosco, após leitura desse texto. </div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente também, por motivos de saúde daquele, também não conseguimos em devido tempo encontrar-nos pessoalmente com Alberto Ramos, que nos iria contar histórias de uma longa vida dedicada ao espectáculo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda assim, conseguimos ainda em vida deste presenteá-lo com um CD com cópia de todas as suas gravações dos seus discso que se haviam extraviado, para grande seu grande contentamento. É este lado mais humano do nosso blogue que tanto nos orgulha.</div>
<div style="text-align: justify;">
A toda a família, deixamos as nossas sentidas condolências.</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-7155967503008976192014-01-03T06:54:00.000-08:002014-01-03T07:28:58.115-08:00Santinho das Neves - Arriba a leva<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">São
poucos os artistas que conhecemos que conseguiram conciliar a
actividade artística com qualquer outro tipo de actividade
profissional. Em regra, a primeira era preterida em favor da segunda,
face à escassez de espectáculos regulares e, sobretudo, porque do
ponto de vista financeiro a vida artística era pouco atraente para
a esmagadora maioria dos artistas.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">Ainda
mais raro era a conciliação das lides do espectáculo com o
desporto. Não porque existisse um antagonismo necessário entre
estas actividades, ou uma suposta incompatibilidade entre a vertente
física e a vertente mais artística do ser humano, mas sim porque
também neste domínio não existiam grandes oportunidades de
prosseguimento de uma carreira desportiva em regime profissional.
Ainda assim, de memória, relembramos, por exemplo, entre outros, o
caso da cançonetista Manuela Novaes que se sagrou campeã nacional
de lançamento do disco e do ex-futebolista Diamantino (não
confundir com Diamantino Miranda, glória do Benfica) que também
gravou discos, ou ainda de um caso bem mais conhecido a nível
mundial: Júlio Iglésias, guarda-redes (suplente) do Real Madrid,
que atingiu sucesso à escala planetária.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Vxd5PviPAQV9lRisOBhs1qORKnuM5eh_bCOrrUIVtWd-YtV5LN9ay-Z54LmjI6ETr-vM3VbPsM9sZa0lj_nZyx67cRvTzG-PN0_-9yWYT4pik5L5_feIVwBYn7vgxysy-ek9VznhAvI/s1600/Santinho+das+Neves+%23+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Vxd5PviPAQV9lRisOBhs1qORKnuM5eh_bCOrrUIVtWd-YtV5LN9ay-Z54LmjI6ETr-vM3VbPsM9sZa0lj_nZyx67cRvTzG-PN0_-9yWYT4pik5L5_feIVwBYn7vgxysy-ek9VznhAvI/s320/Santinho+das+Neves+%23+1.jpg" width="316" /></a></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">O
caso que recuperamos hoje do esquecimento é também de um atleta do
Sporting Clube de Portugal (entre outros clubes) de nome Manuel
Santinho das Neves, que foi nada mais, nada menos do que 10 vezes
campeão nacional de lançamento do dardo. Para uma parca biografia da
sua carreira, socorremo-nos da contracapa do disco, onde se pode ler
que </span><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Santinho
das Neves começou a cantar e a tocar viola ainda em garoto, tendo
começado a cantar em público nas suas deslocações ao estrangeiro,
em Copenhaga, Malmo, Amsterdão e nas ex-colónias portuguesas.
Contudo, o seu compromisso com o atletismo foi retardando a gravação
do seu primeiro disco (e único que dele conhecemos), cuja produção,
aliás, foi interrompida por diversas vezes devido a competições no
estrangeiro.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Não
deixa de ser curioso o facto de aí se escrever também que este era
o primeiro disco de um português que, em Portugal era conhecido
apenas como atleta mas que no estrangeiro era conhecido sobretudo
como um artista. È que na verdade, em Portugal,<i> </i>Santinho </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">destacou-se
sobretudo no atletismo, principalmente na disciplina do Lançamento do
Dardo, quand<i>o </i></span><i><span style="font-family: Times New Roman, serif;">“na </span><a href="http://www.forumscp.com/wiki/index.php?title=Atletismo_1959"><span style="color: black;"><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">época
de 1959</span></span></span></a><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">,</span></span></i><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><i>
durante o Torneio Primavera, conseguiu um surpreendente lançamento
de 64,03m, que era simultaneamente Recorde Nacional e Recorde
Ibérico. Posteriormente melhorou várias vezes esse recorde, até o
fixar em 71,38m, durante um Portugal-França disputado em Julho de
1966, uma marca que perdurou mais de 18 anos. A sua carreira teve
altos e baixos, em grande parte porque se radicou em França, pelo
que só vinha a Portugal na altura das competições principais,
mostrando-se sempre disponível para ajudar o Sporting e
destacando-se pela positiva com os 5 títulos de Campeão de Portugal
do Lançamento do Dardo, obtidos entre 1962 e 1972, quatro dos quais
em representação do Sporting (1962, 1967, 1971 e 1972) e um
enquanto atleta individual (1965)</i>.” </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span><span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvV6qtLKROHBeveeOKwXOm_tPq_AOMcLse3l3MIfMKA1M8uIFtO6TQBmCgmwlmf6_WhfatuF0FHs0OCsaDmskqT7cCxmqMv-FEuHSsrWuLJN034xo4jXVftozcIdNREUejsE7ooTfM3wI/s1600/Santinho_neves.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvV6qtLKROHBeveeOKwXOm_tPq_AOMcLse3l3MIfMKA1M8uIFtO6TQBmCgmwlmf6_WhfatuF0FHs0OCsaDmskqT7cCxmqMv-FEuHSsrWuLJN034xo4jXVftozcIdNREUejsE7ooTfM3wI/s320/Santinho_neves.jpg" width="259" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto e texto em itálico, da Wikipedia do Sporting, in <a href="http://www.forumscp.com/wiki/index.php?title=Santinho_das_Neves" style="font-size: medium; text-align: justify;">http://www.forumscp.com/wiki/index.php?title=Santinho_das_Neves</a><span style="font-size: small; text-align: justify;"> </span></td></tr>
</tbody></table>
</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Em
termos de vida artística, desconhecemos se Santinho das Neves tenha gravado discos
em França, ou se o disco que hoje apresentamos não
terá passado de uma mera aventura isolada. No entanto, apesar de não se
tratar de um disco surpreendente, não podemos deixar de salientar os
interessantes arranjos de Jorge Machado, que dão aos quatro temas que
compõem o disco um salutar equilíbrio entre a vertente orquestral e a vertente popular
das canções que o compõem, “Sapatinho” e “Arriba a leva” (de cariz popular) e os restantes
dois temas “De cabeça à roda“ e “Ver o mar”,
curiosamente com música do também atleta e respeitado sportinguista
Moniz Pereira, também elas num registo a lembrar o canto popular. </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Fica
então um excerto destas quatro canções para os nossos leitores.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwM1Eicy2waALQFqgBdGeAYEkfxFlHw0KUwIBWHfjzGJhQ6EA34BYj-PAczbANT0h1yUDJBN8bX41Xpuw13' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Santinho das Neves </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
RCA Victor TP 596</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
A1) De cabeça à roda (Moniz Pereira - Fernando Correia)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
A2) Sapatinho (Popular - Arranjos - Jorge Machado)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
B1) Ver o mar (Moniz Pereira - Emílio Vasco)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
B2) Arriba a leva (Popular - Arranjos Jorge Machado)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-23084577932088460162013-11-16T05:13:00.001-08:002013-11-16T08:05:47.071-08:00Conjunto de Bártolo Valença - Na quinta do Zé Tomás<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Abordaremos hoje um artista que
outrora teve importante mediatismo em Portugal, tendo realizado
inúmeras tornées no estrangeiro, ora acompanhado pelos seus
“Rapazes do Ritmo” ou mais tarde com a “Rapsódia Portuguesa”,
este último um grupo popular de expressão artística bastante
diversificada, conforme explicaremos adiante. Durante várias décadas
foi presença assídua em algumas das mais populares casas de fados
de Lisboa, embora tivesse sido, ironicamente numa boite que
permaneceu mais anos seguidos enquanto músico residente. Falamos,
naturalmente, de Bártolo Valença.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
É difícil quantificar em qual
dos dois grupos acima referidos Bártolo Valença atingiu maior
notoriedade. Se no grupo popular “Rapsódia Portuguesa”, fundado
mais tarde, no qual conjugou as danças com o folclore, ou se nos
“Rapazes do Ritmo”, com o qual editou inúmeras gravações
comerciais e no qual se estreou (provavelmente) no início dos anos
50. No entanto, inclina-mo-nos para os Rapazes do Ritmo, designação
ligeiramente enganadora para os menos informados e que poderá
induzir em erro, na medida em que os Rapazes do Ritmo não eram
nenhum “conjunto de ritmo” ao jeito de Shegundo Galarza ou de
Mário Simões, mas antes um grupo que apresentava uma música
toponímica e popular-humorística, com recurso a instrumentos de
cariz tradicional.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC4sKW4LpyCGiKBUSLlRNdLxcpxEIXX5dtSnf2CzDx0kjbKU4fCamBjU2eVGQC7HU28mbm6QXFa_0ytgDBEt9kW8VA7bU6hQRfFuNwtKdBXPNgdFaH3Rb6tW-fyzU-uwJcTfPU51PIbjo/s1600/digitalizar126.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC4sKW4LpyCGiKBUSLlRNdLxcpxEIXX5dtSnf2CzDx0kjbKU4fCamBjU2eVGQC7HU28mbm6QXFa_0ytgDBEt9kW8VA7bU6hQRfFuNwtKdBXPNgdFaH3Rb6tW-fyzU-uwJcTfPU51PIbjo/s320/digitalizar126.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
No que à sua longa carreira diz
respeito, em poucas linhas, poderemos dizer que (ao contrário do
que se possa pensar) a mesma não teve o seu início na música e
que tampouco foi Bártolo Valença o fundador dos Rapazes do Ritmo.
Efectivamente, a sua tendência artística sempre foi para o
bailado, mas foi quando surgiu o convite para substituir o vocalista
original desse conjunto (cuja identidade desconhecemos) que surgiu
a sua grande oportunidade para singrar na vida artística, tendo
assumido as funções de coordenador do conjunto e de executante.
Depois de uma estreia num programa rádio publicitário, os Rapazes do
Ritmo alcançaram grande êxito durante mais de 7 anos consecutivos,
tendo o auge de popularidade sido atingido na década de 50 e apenas refreado quando Bártolo Valença, paralelamente com os Rapazes do
Ritmo, decide fundar a Rapsódia Portuguesa.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Sobre aquele aspecto, conforme
realçava o próprio artista, nunca houve realmente uma transformação
dos Rapazes do Ritmo em Rapsódia Portuguesa, na medida em que ambos
coexistiam, passando aqueles a fazer parte deste conjunto, numa
tentativa (conseguida) de divulgação do folclore português. “A
Rapsódia Portuguesa” era composta por 16 elementos, uma verdadeira
aguarela de danças e cantares da nossa terra, exigindo de todos um
grande esforço físico e artístico despendido por actuação,
combinado tradições do Ribatejo, fado bailado, bailinhos da
Madeira, cantares da Nazaré e de Trás-os-Montes, entre outras
evocações.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnbQ9wH969yDzIXegupXLv_tpCgDvPIsBVxfFtQ3CZVHGt0UHNOdOYUxmxUCm_SXVs4C71dcCdt9ST3jC-86uY3r_FJ2iOjHtw7DvFOlear0Ryyr0QFnDp0Ws-MVEmY7F3f11E7DzoTdU/s1600/digitalizar0006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnbQ9wH969yDzIXegupXLv_tpCgDvPIsBVxfFtQ3CZVHGt0UHNOdOYUxmxUCm_SXVs4C71dcCdt9ST3jC-86uY3r_FJ2iOjHtw7DvFOlear0Ryyr0QFnDp0Ws-MVEmY7F3f11E7DzoTdU/s320/digitalizar0006.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da Rapsódia Portuguesa, com Bártolo Valença em primeiro plano.</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
A longevidade de Bártolo Valença fazia, à data do seu eclipse, inveja a muitos outros artistas. De facto, manteve-se em cartaz, sem interrupção, desde 1956 pelo menos
até 1971 (cerca de 9 anos no Restaurante Faia e 7 anos no famoso
Maxime), apresentando, conforme se referiu, música vincadamente
portuguesa ou de características folclóricas, cantando, dançando,
representando, fazendo humor e apresentando o seu espectáculo em
vários idiomas. Bártolo considerava-se um verdadeiro animador (mais comummente, um <i>show-man</i>, ou M.C. - Mestre de cerimónias), o que efectivamente era, um verdadeiro homem-espectáculo, que
percorria o folclore do norte minhoto ao Algarve litoral, durante
cerca de 3 horas por noite nos seus espectáculos no Maxime.
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
A canção que escolhemos para hoje faz um resumo do ambiente do conjunto bem disposto, que eram os Rapazes do Ritmo e do espírito das suas canções: alegres, divertidas e populares. Não falta nesta recriação o zurrar do burro, a ovelha, a galinha, e muitos outros animais da quinta do Zé Tomás tão bem recriada neste curtos 3 minutos que hoje deixamos aos nossos leitores. </div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy5wHOf-wkregvT-xTAGDEPffNXlU-pKCqf5lRFz5S5y3Z14XVZSGypuIQHNAk8sw_aNLH6SCsyh62QzoCyLQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Clique no Play para ouvir um excerto da canção</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-47772180467582724952013-10-19T03:27:00.000-07:002014-04-14T03:32:22.611-07:00Cânticos Espirituais - Pelo Grupo Português Cantoras do Evangelho<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Retomamos hoje o contacto com os
nossos leitores com uma abordagem radicalmente diferente, isto se
atendermos ao género de registos sonoros com que temos presenteado
os nossos ouvintes até à presente data. Apresentamos, nada mais nada
menos, do que aquilo que poderemos considerar como uma espécie de
espirituais negros cantados por mulheres portuguesas brancas. Se tal,
por si só, já não era nada vulgar à época, ainda mais
interessante é o facto de tais espirituais serem cantados com letra
portuguesa, embora a maior parte deles resulte de versões de
espirituais americanos.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Os Cânticos Espirituais que
apresentamos foram gravados algures em Moçambique (ou na África do
Sul) por um denominado grupo “Cantoras do Evangelho“,
distribuídos em formato EP pela etiqueta Sul-Africana Teal,
provavelmente por portuguesas radicadas em Moçambique (ou na África
do Sul). Através destes espirituais brancos, que fogem
categoricamente da linha do blues, encontramos talvez a continuação
(ainda que de outra forma) da veia evangelizadora iniciada pelos
cristãos portugueses há séculos atrás, com particular incidência
em África.
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjniwoz7zgzEfGdWg7_EeckJS5huGBIQ4adc50Jw-l04W_ywol13WrBTsVDOfUuUiEllQmwalmOhk3fUHH8vLqLoG3miBMnZIvqouUPBlpHcQ6F6WXVdSumqYhK1_hTDNSLqcd5TQIzH_U/s1600/digitalizar295.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjniwoz7zgzEfGdWg7_EeckJS5huGBIQ4adc50Jw-l04W_ywol13WrBTsVDOfUuUiEllQmwalmOhk3fUHH8vLqLoG3miBMnZIvqouUPBlpHcQ6F6WXVdSumqYhK1_hTDNSLqcd5TQIzH_U/s320/digitalizar295.jpg" height="314" width="320" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="widows: 136;">De salientar que existem naturalmente outras gravações de índole religiosa em Portugal, mas que na sua grande maioria pertenciam a intérpretes (Irmãs) que se faziam acompanhar ora rítmica ou coralmente, ou seja, à guitarra acústica (um pouco à imagem das irmãs americanas) ou então pelos coros de igreja ou de mosteiros. Cremos, portanto, tratar-se de um registo invulgar. </span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
No que às intérpretes diz
respeito, estamos na presença de duas solistas, Angelina Oliveira e
Júlia do Cerro, esta última que aparentava ter alguma popularidade,
de acordo com a informação vertida na contracapa do disco. O
acompanhamento é rico, através do piano de Joan Potgieter, o orgão
de Kitty Wilson e o violino e bandolim de J. do Cerro Guerreiro,
provavelmente Joaquim do Cerro, um pastor-missionário evangélico que foi em missão para Moçambique em 1947. A
invulgaridade deste disco parece sair ainda mais reforçada se
atendermos ao facto de Joaquim do Cerro ser um católico protestante,
facto que nos poderá conduzir à conjectura de estarmos perante
espirituais de base protestante. Ficará certamente a dúvida, até
que alguém nos esclareça, bem como a dúvida de qual o grau de
parentesco ou afinadade da solista Júlia do Cerro com Joaquim do
Cerro.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZb3_-bR8NmjAYww2lEyPsNnvhHzfbYImJdIAWeCXUM8RN5k4854c8S00U-QTzcE8HPq9dZLbnGid_9ZGyxARTMi0-nnMCmWkqOTGVfmmq-NF6JPI-iuBhJEEC05H76xNVwwCUOoReVBQ/s1600/digitalizar296.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZb3_-bR8NmjAYww2lEyPsNnvhHzfbYImJdIAWeCXUM8RN5k4854c8S00U-QTzcE8HPq9dZLbnGid_9ZGyxARTMi0-nnMCmWkqOTGVfmmq-NF6JPI-iuBhJEEC05H76xNVwwCUOoReVBQ/s320/digitalizar296.jpg" height="314" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Contracapa do disco, com imagens das solistas</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Como é evidente, este grupo
português “Cantoras do Evangelho” não teria nenhuma vertente
comercial, nem as suas componentes qualquer pretensão de estrelato,
bem pelo contrário. A reserva e o anonimato destas evangelizadoras
por certo fez com que com o decorrer dos anos se tornasse impossível
recolher qualquer informação sobre estas intérpretes restando
apenas os cânticos e a mensagem de fé neles incorporada para a
posterioridade.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy8qEUBcZnJBuxYZqY7R2vuajs2nCEO5iqIV_kwRzs-M04QZ7XjqzrYyrBrWo9gXw42JXlJW-P8XLc5Ks82tA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 136;">
Clique no Play para ouvir um excerto das canções</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-36600834954628212652013-10-12T01:57:00.002-07:002014-01-03T08:18:38.341-08:00Abel de Melo - De viva voz <div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
O disco que escolhemos para hoje
tem como figura central um ilustre desconhecido, de nome Abel de
Melo, cantor que lançou para o mercado algumas canções no período
imediatamente ao 25 de Abril de 1974 e que desde então imergiu no
anonimato. À primeira vista poderia tratar-se de mais um (de entre
muitos) cantores e baladeiros de mensagem política e panfletária do
chamado “<i>período revolucionário em curso</i>”. No entanto,
neste disco, o interprete afasta-se substancialmente do rótulo de
baladeiro panfletário, socorrendo-se de uma sonoridade de cariz
funk-rock, inserida já num conceito amplo de canto de intervenção.
Ou seja, as canções deste single afastam-se de forma radical da
linha musical da maioria dos cantores de protesto, alicerçando-se
antes numa poética mais rica, em contraposição com a poesia fácil
e até pobre de muitos outros, na qual quase sempre pão rimava com
a palavra produção ou revolução.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Assim, é a música propriamente
dita que assume um papel muito importante neste disco, sendo a sua
força bem notória, bem mais do que as palavras, embora não
olvidemos que estas também sejam entoadas com uma forte mensagem a
elas associada, numa corrente apologística da mudança de regime e
de esperança, dirigidas a um destinatário colectivo, o povo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD4WjlfKEcQXPc9XwYPDIIXkMmu9keAqGqd4FC6CDFkoFhcbkennxpcsgz7QwJwCAfw75mBAnadXwah3F5vjmVHNF7IzdfZr8nKOt3nikc-c4JuaWFYCKy50em6PzX_tb58JDzOEblSPE/s1600/Abel+de+Melo+%23+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD4WjlfKEcQXPc9XwYPDIIXkMmu9keAqGqd4FC6CDFkoFhcbkennxpcsgz7QwJwCAfw75mBAnadXwah3F5vjmVHNF7IzdfZr8nKOt3nikc-c4JuaWFYCKy50em6PzX_tb58JDzOEblSPE/s320/Abel+de+Melo+%23+3.jpg" width="315" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Curiosamente, de Abel de Melo,
conhecemos ainda um registo musical marcadamente mais intimista, em
que são apenas as palavras e a nua guitarra que compõem o disco, o
que não deixa de ser enigmática a razão de tal viragem... No
entanto, já antes Bob Dylan se transmutara radicalmente e a
qualidade da sua música manteve-se intocável. E o mesmo se dirá de
Abel de Melo, que tanto num como no outro disco referido, interpreta
excelentes canções. No que a este disco diz respeito, salienta-se
desde logo que é um interessante registo, facilmente enquadrável
numa onda “groove”, pouco comum no contexto da época, um género
musical claramente sem (tanta) conotação com o cariz político
partidário, talvez pretendendo assim demarcar-se da corrente
principal dominante na música interventiva do pré-25 de Abril. É,
portanto, sem dúvida alguma, um disco de pop-rock, disfarçado de
música de intervenção, embora a inversa também seja verdadeira.
Por outro lado, salienta-se a interessante associação com Mike
Sergeant, um dos melhores arranjadores “portugueses”, que assumiu
os arranjos e direcção do conjunto que acompanhou Abel de Melo.
Mais uma vez, não há qualquer informação no que diz respeito à
ficha técnica do disco, para além da mencionada, o que é pena,
pois de facto o disco resultou num excelente trabalho, com arranjos
extremamente conseguidos que dão uma frescura às respectivas
temáticas, em contraposição com o estilo mais sofrido de outros
intérpretes da época. Sabemos, contudo, que um anterior single de
Abel de Melo, gravado em finais de 1974, com os temas “Alerta
Camarada” e “Criança Loira”, também com arranjos de Mike
Sargeant, teve como acompanhantes o próprio Mike Sergeant, Filipe
Zav, Daniel Louis e José Machado, pelo que poderemos muito bem
admitir como possível, dada o curto lapso temporal existente entre
um single e outro e a mesma editora, que o trabalho que hoje
apresentamos tenha como músicos os mesmos acima referidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Já no que diz respeito a Abel de
Melo, dele não obtivemos, até ao momento, qualquer informação,
embora suspeitemos que se terá transformado num fadista, em
conformidade com a gravação que encontramos no youtube, mas sobre a
qual não existem grandes comentários que nos permitissem saber algo
mais sobre este misterioso cantor.</div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxqxCKL7UyTpqkytyyxsBQ_UtVBKzLUIhIrJD3lpYZ7wptMkUA2PflbDog5NXyyMid9ZTT363nY-RufnqJibA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
Clique no Play para ouvir um excerto deste single</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; line-height: 21.828125px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; line-height: 21.828125px; text-align: justify;">
Abel de Melo </div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; line-height: 21.828125px; text-align: justify;">
Ad Libitum SIN 231</div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; line-height: 21.828125px; text-align: justify;">
Lado A - De viva voz (Abel de Melo/ José Viana) </div>
<div style="background-color: white; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; line-height: 21.828125px; text-align: justify;">
Lado B - Balada para um poeta (Abel de Melo/ Manuel José Caldeira)<br />
</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-81766888957610901982013-08-05T08:08:00.002-07:002013-08-05T11:23:53.530-07:00Maria Amália - Tomem lá beijinhos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Por vezes, através dos textos que publicamos no Bairro do Vinil, temos conseguido entrar em contacto com diversas pessoas ligadas à vida artística que nos têm fornecido informações privilegiadas não só sobre si próprias como também sobre outros parceiros das lides musicais. De todos esses contactos que temos mantido nos últimos meses, há ainda alguns mistérios que conjuntamente continuamos a tentar desvendar. Há um caso que para nós era </span><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">até há pouco tempo</span> ainda um mistério na medida em que nem nós, nem a diversa gente ligada ao fado com quem temos contactado, conseguia descortinar quem tinha sido tal personagem. Falamos da fadista Maria Amália, uma fadista que na década de 50 gravou, pelo menos, 3 EP's para a popular editora Alvorada, num conjunto total de 12 fados, a sua grande maioria da dupla João Mateus Junior/ Walda Rodilles Mateus.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 11pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkppcjgXuV14e_L0VHG632bPwIhXeUZkJpkNBkPAKTW5uTYmPGK5Bp67H5pAq-66ce7Wx_zdBozP4QQpYqZSDiWT8x5zJXFdK9AQ2ghSCpR1lTjVHINTrk9bUqp6JjrcvjQhGMNevgRfg/s1600/130.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkppcjgXuV14e_L0VHG632bPwIhXeUZkJpkNBkPAKTW5uTYmPGK5Bp67H5pAq-66ce7Wx_zdBozP4QQpYqZSDiWT8x5zJXFdK9AQ2ghSCpR1lTjVHINTrk9bUqp6JjrcvjQhGMNevgRfg/s320/130.jpg" width="316" /></a></span></span></span></div>
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 11pt;">
</span></span></span>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: black;"><span style="font-size: 11pt;">O
mais curioso de tudo (e também o que mais nos intrigava) é o
facto de pelo menos uma das suas criações ser um fado sobejamente
conhecido no universo dos fadistas. O tema tem o sugestivo título de
“</span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: 11pt;"><i>Toma
lá beijinhos</i></span></span><span style="color: black;"><span style="font-size: 11pt;">”
da autoria da dupla atrás referida, sendo o seu refrão cantarolado
por muitos fadistas que, ainda que hoje não se recordem da letra completa mas que do
seu refrão não se esquecem, conforme tivemos ocasião de constatar
nas diversas conversas que mantivemos com alguns dos fadistas mais
“antigos” sobre este assunto.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: inherit; font-size: 11pt;">Acresce
ainda referir (acentuando ainda mais o mistério sobre Maria Amália)
que das 3 (bonitas) capas de discos que lhe conhecemos não consta
qualquer fotografia da fadista. O mesmo se diga relativamente à
contracapa. Por outro lado, de toda a imprensa da época à qual
temos tido acesso não encontrámos ainda qualquer referência à
fadista Maria Amália, embora tenhamos que admitir que no campo do
fado nos faltam ainda muitas referências sobre as principais fontes
de informação das épocas de 30 a 50 no que a este género diz respeito.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 11pt;">No
entanto (como não desistimos facilmente nem à primeira nem à
segunda tentativa) e como o nosso desejo em conhecer algo mais sobre
esta fadista era realmente supremo, conseguimos apurar muito
recentemente que Maria Amália terá abandonado a vida artística em
1960, altura em que emigrou para o Reino Unido, onde constituiu
família juntamente com o seu marido, um cidadão nigeriano. Fruto
desse casamento nasceram vários filhos, muitos deles hoje ligados à
vida artística.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 11pt;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSx7PPP_6Xa9Q7J69t-LVr-KGufFATPI0-hf4RHDwQZSOwRTrOhHXZhlN1YKHNXLJQ4LZIXMetkhRkVKAgW_xmjTPLby6ODPXs1ZNz0HzaHyTMOrjZzs1Ms03dm-mNSk7lzraaa0LirgE/s1600/Sem+T%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="157" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSx7PPP_6Xa9Q7J69t-LVr-KGufFATPI0-hf4RHDwQZSOwRTrOhHXZhlN1YKHNXLJQ4LZIXMetkhRkVKAgW_xmjTPLby6ODPXs1ZNz0HzaHyTMOrjZzs1Ms03dm-mNSk7lzraaa0LirgE/s200/Sem+T%C3%ADtulo.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Amália, nos anos 50</td></tr>
</tbody></table>
</span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: inherit; font-size: 11pt;">Infelizmente,
a vida é madrasta e a morte é efectivamente a única certeza que
conhecemos ao longo da vida. Quando há poucos dias conseguimos
identificar e saber do paradeiro de Maria Amália estávamos longe de
imaginar que ainda há cerca de dois, três anos (altura em que
começámos a procurá-la) ainda se encontrava viva e de boa saúde. Contudo, Maria Amália (ou Maria de Lourdes, seu possível verdadeiro nome) faleceu
recentemente no primeiro trimestre de 2013, com a idade provável de
80 anos, uma vez que terá nascido entre 1932 e 1933. Não
conseguimos, portanto, estabelecer contacto com esta artista, com
muita pena nossa. De igual modo não lográmos ainda estabelecer
contacto com os seus descendentes, algo que acreditamos estar para
breve, não fosse o mundo cibernético uma aldeia cada vem mais
global e pequena.</span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: inherit; font-size: 11pt;">Sobre
Maria Amália restam-nos, para já, apenas os discos, a sua voz
e uma única foto que conseguimos recuperar. Devido à ausência de
informação, abreviamos ao máximo este texto, na esperança de
regressarmos em breve com mais informações, fruto da ajuda dos
nossos leitores e quem sabe, dos familiares de Maria Amália. </span></span></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzBZV2s4TDPLl3V6A-gm5Q5nlzcjdhwYmdDNaVw7pvJ_IHCyUGxG51MtFFLRvXGznnU2XC8ffwaFvAZVT62MQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 11pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="widows: 8;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 11pt;">Para
elas, principalmente, tomem lá beijinhos...</span></span></span></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-22471648553611738482013-08-05T04:06:00.002-07:002013-08-05T10:25:04.435-07:00Maria de Pádua - Dobadoira / S. João das Orvalhadas<div align="JUSTIFY">
Apesar do mediatismo (e algum vedetismo)
proporcionado pela imprensa social da época a alguns cançonetistas, nomeadamente a partir da criação do Centro de Preparação de Artistas de Rádio
da Emissora Nacional, a grande verdade é que eram poucos aqueles que
se dedicavam exclusivamente à vida artística, dela retirando o seu
sustento. A grande maioria, mais não eram do que artistas amadores
que em determinado momento gozaram de alguma popularidade, através
de esporádicas aparições em programas de rádio e em alguns
Serões para Trabalhadores e que rapidamente se desvaneciam no
anonimato.</div>
<div align="JUSTIFY">
Como é fácil de compreender, tais artistas raras
as vezes conseguiam conciliar a sua vida profissional com a vida
artística. Os homens viam-na ser interrompida (muitas vezes para
sempre) pela obrigatoriedade do cumprimento do serviço militar. No
que às mulheres diz respeito, a vida artística, na maior parte dos
casos, não passava de uma mera experiência de meninas que precedia
a devoção à vida do lar antes do anunciado fim do percurso artístico. Aliás, o casamento foi mesmo umas
principais razões para que muitas artistas da Emissora Nacional
tivessem abandonado ou optado por um rumo diferente e mais reservado
na sua carreira. Dois exemplos supremos são, sem dúvida alguma,
Maria de Fátima Bravo (cuja voz se imortalizou na canção “<i>Vocês sabem lá</i>”) e Júlia Barroso (uma das primeiras vedetas
da rádio e a primeira rainha da Rádio, eleita pelos leitores da
popular revista Flama) que muito cedo abdicaram das suas carreiras
em favor do casamento. Outros exemplos poderíamos deixar aqui, mas
reservaremos os outros para uma próxima mensagem, uma vez que a que temos em mente para hoje tem por objecto uma outra
temática.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGzONuqkZM7jUIv99cUmwnPOmIUW1CjrE5b21yma_JtGBEuBkXOfHJsgLWgKH-txOocaNunHDX9a7B2WCmVz0Qwe4j04NIgZxY9_OzRueE5dzNst4wyUAaFII72JnEZY2IeLZw9gz0cHU/s1600/digitalizar0004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGzONuqkZM7jUIv99cUmwnPOmIUW1CjrE5b21yma_JtGBEuBkXOfHJsgLWgKH-txOocaNunHDX9a7B2WCmVz0Qwe4j04NIgZxY9_OzRueE5dzNst4wyUAaFII72JnEZY2IeLZw9gz0cHU/s320/digitalizar0004.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Conforme referimos,
também houve casos em que nomes mais ou menos conhecidos da nossa
rádio conseguiram conciliar a sua vida profissional com a vida
artística, mantendo a estabilidade dos seus empregos ao mesmo tempo
que seguiam cantando e gravando discos. Dois desses exemplos são
Maria de Pádua e Almerinda Stella, as quais partilhavam ainda uma
interessante coincidência: ambas eram funcionárias dos Correios e
ambas gravaram vários discos, seja em formato 78 rpm, seja mais
tarde em formato 45 rpm. Se relativamente a Almerinda Stella obtivemos
já a informação de que faleceu recentemente, o mesmo já não
poderemos dizer sobre Maria de Pádua, cujo paradeiro e informações
biográficas continuam a ser um mistério, dada a quase ausência de
registos escritos na imprensa da época sobre tal artista. Nem mesmo,
através do contacto com alguns artistas da década de 40 e 50
lográmos obter qualquer informação sobre o paradeiro de Maria de
Pádua.
</div>
<div align="JUSTIFY">
Ainda assim, recolhemos algumas informações que
partilhamos com os leitores mais interessados na esperança de
obtermos um retorno de informações sobre esta artista que há cerca
de 60 anos atrás gozou de alguma popularidade.
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14CVT6oJGjIVfca-RDxNzruFpb0V1uFsjcXi4ihRnthbM92e2_CfQmqqiiwaWdcHB_-Z8xGHebhjEJbo2uYeKPJdZg06xsMK1i1Ctki6WXqAfeIEEA-V2YVoMQdbWZA2bCG65GzM8dsA/s1600/digitalizar0016.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14CVT6oJGjIVfca-RDxNzruFpb0V1uFsjcXi4ihRnthbM92e2_CfQmqqiiwaWdcHB_-Z8xGHebhjEJbo2uYeKPJdZg06xsMK1i1Ctki6WXqAfeIEEA-V2YVoMQdbWZA2bCG65GzM8dsA/s320/digitalizar0016.jpg" width="172" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria de Pádua, à saída dos Correios em 1954.</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Maria de Pádua estreou-se na Emissora Nacional,
muito provavelmente em <span style="font-size: 11pt;">Novembro
de 1951 no programa "Passatempo", tendo (já depois de
tirar a carteira profissional no ano seguinte) continuado a vida
artística até pelo menos 1954, altura em que (numa entrevista)
confessara já estar desiludida com a vida artística, devido à falta
de oportunidades. Contudo, nessa mesma entrevista, simultaneamente
manifestava o seu desejo em “</span><i><span style="font-size: 11pt;">triunfar
custasse o que custasse, para depois se retirar com satisfação de
ter provado que </span><span style="font-size: 15px;">possuía</span><span style="font-size: 11pt;"> algum valor</span></i><span style="font-size: 11pt;">“. Ou seja, pelo que podemos perceber com tal afirmação, era bem
provável que por essa altura o fim da carreira artística e
discográfica de Maria de Pádua estivesse a atingir o seu limite,
não sendo alheio o facto de não se lhe conhecer nenhuma nova
gravação para o catálogo Alvorada durante toda a restante década de 50, senão
a recuperação de números antigos anteriormente gravados em 78 rpm
para a etiqueta Melodia (Dobadoira e Orvalhadas de S. João) mais
tarde incluídos num EP daquela editora lançado para o mercado em
1959, juntamente com outras duas interpretações de Maria Amélia
Canossa e do Conjunto de João Aleixo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">Facto
digno de registo é que Maria de Pádua cantava também em francês e
em italiano, tendo ainda no seu repertório números regionais,
género do qual terá sido uma das primeiras intérpretes. Não
obstante tal mediatismo, Maria de Pádua, sempre teve oposição da
família quanto à sua intenção de prosseguir com a vida artística,
sendo para nós uma incógnita qual o rumo que a sua carreira tomou
após 1954. Terá abandonado por vontade própria, descontente com o
panorama musical da época, face à emergência das primeiras vedetas
da canção ? Terá casado ? Terá emigrado para África na companhia
de um suposto marido ? Seria o nome de Mária de Pádua um nome
meramente artístico, face à abundância de “Marias” na
Emissora Nacional ? Não sabemos. Apenas sabemos que era funcionária
dos CTT, conforme já referimos anteriormente, exercendo o seu posto
na Praça dos Restauradores, em Lisboa. A respeito dos CTT não deixa
de ser curioso também que também nesse ano, foi gravado ainda para
a mesma editora um disco do Coral dos CTT. Teria Maria de Pádua
pertencido ao Coral dos CTT ? No referido disco, como era hábito na
altura, a ausência de informação era a regra geral e, para não
fugir à regra nenhuma referência à composição do coro
encontramos no referido disco, pelo que também essa pista pouco nos
ajudará de futuro. Resta-nos, mais uma vez e como já vem sendo
hábito, aguardar que algum leitor nos ajude a encontrar o paradeiro
desta artista, cujos excertos de duas canções aqui deixamos aos
nossos leitores.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyDOVk2fPRWRNpOCslcds_lwN-C0eUumyv7IWnLZjESwIdCfJ3cX0tjSODDtYgsld_zTI1c-rQs1PsCtFWCRw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: 11pt;">Clique no Play para ouvir um excerto de "Dobadoira" e "S. João das Orvalhadas"</span></div>
</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-82538929236141689082013-02-13T12:00:00.000-08:002013-05-19T04:17:37.812-07:00Dinorah Carmén - Não ameaces<div style="text-align: justify;">
Certamente que só alguns entendidos do fado (e mesmo assim só aqueles de uma faixa etária mais elevada) se lembrarão do nome de Dinora(h) Cármen. Afirmamos isto de forma categórica por duas razões: a primeira prende-se com o facto de Dinorah Cármen ter tido um percurso musical em terras lusas há já muitas décadas atrás e, por outro lado, pelo facto desse mesmo percurso ter sido relativamente efémero, na medida em que Dinorah ter-se-á radicado nos Estados Unidos ainda na década de 60, aquando do seu casamento com um cidadão norte-americano.
Aliás, ao fazermos esta pequena incursão pela figura de Dinorah Cármen, pretendemos simultaneamente (re) lembrar alguns artistas portugueses que fizeram carreira fora de portas e que elevaram mundialmente o fado e a música portuguesa além-fronteiras quase como verdadeiros símbolos da nossa identidade nacional. Alguns desses exemplos são sobejamente conhecidos, tais como Francisco José e Alberto Ribeiro (no Brasil), António Rossano e Clara d'Ovar (em Paris) e no que aos Estados Unidos diz respeito, os nomes de Maria Marques ou Valentina Félix são incontornáveis, entre muitos outros. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLGIQGHq5U1MrbVVq41hfbkT_-ACrs2IJCvJijLqKNxBE1cal2WhwoXB-ZZ98haKWXnj0uXh7szb5NZrleJpZIfhEyPhFZ5Mw048lLkHIwuxoYL8TVGkxcfmiNYc1IwuRgQweruwBrXrI/s1600/digitalizar0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLGIQGHq5U1MrbVVq41hfbkT_-ACrs2IJCvJijLqKNxBE1cal2WhwoXB-ZZ98haKWXnj0uXh7szb5NZrleJpZIfhEyPhFZ5Mw048lLkHIwuxoYL8TVGkxcfmiNYc1IwuRgQweruwBrXrI/s320/digitalizar0001.jpg" width="312" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, o caso de Dinorah Cármen é para nós muito mais interessante e enigmático, não só pelas razões que apontámos como também por ter sido a única artista portuguesa (que conhecemos) que cantou para o então presidente americano, J.F. Kennedy. É que embora conheçamos (até pessoalmente) alguns artistas portugueses que cantaram para presidentes e reis, o caso de Dinorah Carmen, por ter envolvido a figura do carismático presidente americano (ainda que como mero espectador) assume desde logo uma áurea com todo o simbolismo que não podemos olvidar, uma vez que na memória colectiva da história mais recente da Humanidade permanecerá durante muitos anos a celebre actuação e demonstração de afecto de Marilyn Monroe quando cantou os parabéns ao presidente Kennedy numa cerimónia oficial. Obviamente que, no que diz respeito a esta artista portuguesa, tal episódio foi um mero acaso, com pouca ou nenhuma expressão mas que mesmo assim merece ser registado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCSc6zXXMhR1l3Ki2TPaMB4rYXIsPjl-kLnqhgoeQ8CYO46Kp-0D5RKdEOuqzEXBqTwSBNW6SlsmyovAnsCRoqpDAyKC_VoZ8G_RfBx_xOs_r1aWu2-p5eX7AVGhsT2WC7fE_jhjNnhYI/s1600/Carmen,+Dinorah+(3).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCSc6zXXMhR1l3Ki2TPaMB4rYXIsPjl-kLnqhgoeQ8CYO46Kp-0D5RKdEOuqzEXBqTwSBNW6SlsmyovAnsCRoqpDAyKC_VoZ8G_RfBx_xOs_r1aWu2-p5eX7AVGhsT2WC7fE_jhjNnhYI/s320/Carmen,+Dinorah+(3).jpg" width="247" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de Dinorah Cármen, constante na contracapa do disco.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Sobre a vida e carreira de Dinorah Cármen conforme já aflorámos, pouco sabemos. No entanto, podemos adiantar que se estreou nos anos 50 num programa radiofónico do famoso Marques Vidal, no RCP, tendo ganho o primeiro prémio de um concurso de fados, organizado pelo poeta Francisco Radamauto. O famoso episódio com o presidente Kennedy, terá ocorrido em 1961 nas Bermudas, onde Dinorah actuou durante 6 meses, tendo sido nessa altura que cantou para o presidente americano, que se encontrava na assistência num espectáculo realizado num hotel local. Nesse mesmo ano, em Novembro e uma vez regressada a Portugal, voltou ao ambiente das casas típicas, onde actuava no Bairro Alto. Em Maio de 1965, depois de ter conhecido o seu futuro marido, num outro restaurante típico da capital, anunciou o seu casamento por procuração com um cidadão norte-americano no mês de Junho seguinte, tendo sido nessa altura que gravou o seu primeiro disco, aproveitando a sua estadia em Portugal.
Desde então, não mais se ouviu falar de Dinorah Cármen E é tudo, para já, sobre esta fadista.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não nos espantaria, contudo, se Dinorah Cármen tivesse abandonado por completo a vida artística (conforme era, aliás, sua vontade) após o casamento, tal como fizeram muitas outras artistas da época. Gostaríamos de recolher mais informações sobre esta fadista que tão curto legado nos deixou e cujas gravações (ainda que de má qualidade sonora) partilhamos com os nossos leitores, pelo que nos mantemos, como sempre, à espera dos comentários dos leitores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzdAzUmHl0YXAcJA2pocFH8uf7hQHnPdHUA1RVSFWM6JmDinK9tyXdXpbciPAGE_XLTVryTmLCwTxYixxjBgA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Clique no Play para ouvir o tema "Não ameaçes" </div>
<div style="text-align: justify;">
Dinorah Carmen </div>
<div style="text-align: justify;">
Alvorada AEP 60728</div>
<div style="text-align: justify;">
Lado A1 - Não ameaçes (Túlio Pereira/ Carlos Conde)</div>
<div style="text-align: justify;">
Lado A2 - Alguém (Miguel Ramos/ Dr. Guilherme Pereira da Rosa) </div>
<div style="text-align: justify;">
Lado B1 - Eu sei (Alfredo Marceneiro/ Júlio de Sousa) </div>
<div style="text-align: justify;">
Lado B2 - Para que nasci, meu Deus (João Maria dos Anjos/ Armando Vieira Pinto)</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-52566844585914571912013-02-08T03:28:00.002-08:002014-04-25T14:30:46.321-07:00Eduardo Futre - Chuva vai, chuva vem<div style="text-align: justify;">
Apresentaremos hoje um
nome totalmente obscuro da nossa música popular e cuja expressão
discográfica foi praticamente nula. Falamos de Eduardo Futry, ou
mais correctamente, Eduardo Futre, artista que atingiu grande
popularidade há muitas décadas atrás, principalmente no período
compreendido entre o final dos anos trinta e o ano de 1955 e cujo
nome foi acidentalmente recuperado em finais dos anos 70, ainda a
tempo da sua voz poder ficar registada numa gravação sonora.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O caso de Eduardo Futre
não é, no entanto, caso único no universo musical português.
Existiram muitos artistas que, não obstante a sua popularidade e
consagração, não gravaram qualquer disco ou qualquer canção (Um
dos casos mais flagrantes é a cançonetista <span style="font-size: small;"> Patrícia,
que chegou a ser capa de revistas e ter largos espaços em revistas
da época durante mais de duas décadas sem nunca ter gravado
qualquer disco.<span style="font-size: small;"> </span>E muitos outros exemplos poderíamos deixar aqui
registados...). Naturalmente os tempos eram outros, não sendo demais
relembrar os jovens leitores que gravar comercialmente dois lados de
um disco de 78 rotações era um acontecimento muito raro para um
artista português, não estranhando, aliás, que a maior parte das
gravações de artistas portugueses eram efectuadas no estrangeiro.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzAintqkJiVo6q9OB-AoVZGJxaxTH4aPWfVHxv7ghMI-Izwg2MfUdpjVidTEN29UvJ7FrLrsmZfzlPRDK5lhVVmFhPP7IK0TTb6tsRI-6_I8Gt_zSQlmvG9859_DA20QOrjkDcrbyPRw/s1600/Eduardo+Futry+%23+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwzAintqkJiVo6q9OB-AoVZGJxaxTH4aPWfVHxv7ghMI-Izwg2MfUdpjVidTEN29UvJ7FrLrsmZfzlPRDK5lhVVmFhPP7IK0TTb6tsRI-6_I8Gt_zSQlmvG9859_DA20QOrjkDcrbyPRw/s320/Eduardo+Futry+%23+1.jpg" height="320" width="318" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">Mas voltemos
a Eduardo Futre, que se apresentava<span style="font-size: small;"> </span>em palco acompanhado com uma
viola negra que na altura ficou célebre, interpretando (um pouco ao
jeito de Horacio Reynaldo) canções do folclore brasileiro, bem
como alguns temas originais, imprimindo-lhe sempre com um cunho muito
pessoal, ainda que sempre influenciado pelo folclore carioca.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Natural de
Set<span style="font-size: small;">ú</span>bal, Eduardo Futre começou a cantar com apenas 17 anos, numa
sessão de fados no Solar da Alegria. Desde então a sua carreira não
mais parou, tendo tido relativo sucesso na época, à semelhança de
outros seus pares. Com efeito, Futre era também presença assídua
nos Serões da F.N.A.T. e em alguns espectáculos de variedades da
A.P.A, do qual chegou a ser artista privativo, tendo feito inúmeros
duetos com a célebre cançonetista da época Maria do Carmo. Actuou
ainda noutros espectáculos de variedades ao lado de artistas
consagrados da época, como Tony de Matos, Maria José Valério,
Eugénia Lima e Luis Piçarra, entre muitos outros. </span>
</div>
<div class="" style="clear: both; text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj94Sj6Kz8empNR-XBrifVdONaYBeny0am3OuwZfXcq9xC7vKZVNQhehwvNW2RZxwTKg_vR1uMUucwDvEh9m9J33LPrawV93tE16FQaLVBIef0aB9mP7wGAgO_jM5AGzuSi99waBOfVb1w/s1600/Futre,+Eduardo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj94Sj6Kz8empNR-XBrifVdONaYBeny0am3OuwZfXcq9xC7vKZVNQhehwvNW2RZxwTKg_vR1uMUucwDvEh9m9J33LPrawV93tE16FQaLVBIef0aB9mP7wGAgO_jM5AGzuSi99waBOfVb1w/s1600/Futre,+Eduardo.jpg" height="320" width="249" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eduardo Futre, cerca de 1950</td></tr>
</tbody></table>
Contudo,
conforme já referimos, Eduardo Futre nunca gravou comercialmente na
época do seu apogeu enquanto intérprete e artista. Curioso é que,
surpreendentemente e ao contrário do que se possa imaginar, Futre
não gravou qualquer disco, não por dificuldades de logística, mas
sim por ter recusado o cachet de 500$00 que, então lhe ofereciam,
para ir gravar a Espanha (provavelmente para a Ibéria) alguns
números do seu repertório. Na verdade, na altura, Eduardo Futre
entendeu que tal cachet era desajustado face ao valor e popularidade
que gozava na época. Sobre essa recusa, Futre viria muitos anos mais
tarde a arrepender-se, conforme confessou numa entrevista publicada
já na década de 70 numa revista de actualidades.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Paulatinamente,
o nome de Eduardo Futre foi desaparecendo das escaparates do mundo do
espectáculo, tendo também, à semelhança de muitos outros, saído
da então Metrópele para o Ultramar, onde foi animador privativo num
barco durante dois anos. Pouco tempo mais tarde,com o casamento e
posterior fixação de residência em Lourenço Marques, reduziu
drasticamente a sua actividade artística, empregando-se como
mecânico, afinador de máquinas, entre outros empregos
ocasionais. Porém, o abandono total da actividade artistica, foi algo
que nunca se verificou plenamente, nem mesmo quando andou pelo
estrangeiro até ao seu regresso a Portugal. </span>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Foi aliás,
em finais dos anos 70, que a Editora PortugalCantante, sabendo do seu
regresso a Portugal, registou, aquelas que pensamos serem as únicas
gravações em disco de Eduardo Futre, anunciando Futre como o
regressado "cantor </span>luso-brasileiro" (o que, conforme já
referimos, não corresponde à verdade, pois Eduardo Futre é
português).</div>
Aquando da
gravação do seu primeiro disco, por certo já ninguém conhecia ou
se lembraria de Eduardo Futre, que um dia regressou a Portugal com a
ilusão de que seu nome ainda perdurava na memória colectiva dos
portugueses. Contudo, não terá sido, assim, cremos... O tempo dos
espectáculos radiofónicos já havia passado e as grandes orquestras
ao serviço da canção estavam então reduzidas a uma verdadeira
manta de retalhos. Ainda assim, Eduardo Futre teve a ousadia de
acreditar no relançamento da sua carreira, deixando para a história
da música gravada as gravações que hoje deixamos aos nossos
leitores.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyoQ6FVzhoW-eCuV2P9TKYcjiKxxZLDBRND5RKDvgwqJYCOFXDC-alzHyyYheUlfiXFC6y1OhDmf-x2ctvG5Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Clique no Play para ouvir "Chuva vai, chuva vem" </span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Eduardo Futre - "Cantor Luso-Brasileiro"</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Portugalcantante PCEP-027</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado A1 - Compadre tá tudo certo (Eduardo Futry)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado A2 - Dez anos (D.R.)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado B1 - Chuva vai, chuva vem (Eduardo Futry)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado B2 - Porteira, suba e diga (D.R.)</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-65973492772717052102012-08-28T04:57:00.000-07:002014-01-03T08:20:22.025-08:00Maria José e o Seu Mini Trio - Avózinha<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Apesar de não sermos
propriamente grandes entusiastas de registos discográficos
interpretados por crianças (principalmente quando estas interpretam
canções sobre sentimentos e temáticas na sua essência reservadas
aos adultos), deixamos hoje um breve apontamento sobre os
"mini-interpretes" que outrora foram muito populares entre
nós e com uma vasta discografia. Relembramos assim, os casos de
Zezinha Pereira, Linucha (e as Cigarrinhas), Maria Armanda e, num
nível já totalmente diferente destes, os Mini-Pop (que mais tarde
estariam na génese dos Jafumega). Daqueles nomes, excluímos muitos
mini-intérpretes do fado, onde sempre existiram (e existirão)
miúdos espalhados pelos bairros de Lisboa e Porto, tais como a "miúda
da Boavista" (Maria de Fátima), a "miúda de Odivelas"
(Helena Santos) ou a miúda de Alcântara (a conhecida e popular
Marina Mota), entre muitos outros...</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Deixando para trás tais
breves considerações, apresentamos hoje um desses fenómenos de
popularidade que foi a pequena cantora Maria José que se apresentava
nos espectáculos com o seu Mini Trio, composto por jovens meninos
com idades compreendidas entre os 7 e os 10 anos e que alcançaram
grande popularidade durante o ano de 1967.<br />
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQcXSm89T8RjkbkNek3kTdiPmCoio7FFpXauGNNEOhg77VsEnfHEyG98ZTGeh6rjBP1L7IeMSdey1nzHZxnGkXxcV25K-5F87HpZmeBy-NEvP5fYqHie67ulrs9VC3RUIUmAYPZq6DoiQ/s1600/Maria+Jos%25C3%25A9+e+o+seu+Mini+Trio+%2523+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQcXSm89T8RjkbkNek3kTdiPmCoio7FFpXauGNNEOhg77VsEnfHEyG98ZTGeh6rjBP1L7IeMSdey1nzHZxnGkXxcV25K-5F87HpZmeBy-NEvP5fYqHie67ulrs9VC3RUIUmAYPZq6DoiQ/s320/Maria+Jos%25C3%25A9+e+o+seu+Mini+Trio+%2523+1.jpg" width="312" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Contrariamente a outros
grupos de jovens e à semelhança dos Mini-Pop, Maria José e o seu
Mini Trio não faziam "playback" em palco, apresentando-se
antes com instrumentos reais, liderados por Maria José (7 anos,
organista), Alberto Cruz (8 anos, bateria) e Primavera (10 anos,
vocalista e violista). Sabemos que o grupo era de Vila Nova de Gaia
e era dirigido pelos pai de Maria José e de Alberto Cruz, Sebastião
Silva e António Louro da Cruz, respectivamente.
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Apesar do carácter
unitário do grupo, a génese deste mini trio aconteceu aquando da
gravação prévia de um disco a solo de Maria José, tendo sido
nessa altura que o jovem baterista Alberto Cruz foi convidado a
participar no projecto e a formar um duo que rapidamente se tornou
num trio. Apesar de terem tido na época diversas actuações dignas
de registo em casinos na zona Norte e também noutras zonas de
Portugal, o certo é que naturalmente este trio acabaria por se
desfazer em pouco tempo. No entanto, a nossa curiosidade leva-nos a
tentar saber se os membros deste mini trio seguiram qualquer carreira
musical futura ou se tal projecto terá sido apenas uma efeméride
circunstancial no tempo.<br />
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsuegUa97DDoxnIM7CHBnzgPkFvLgD-i4lL5Q3mvSeY25JBN7FN635A1s751pmHpnFV7KDO49jv_EVcyjGsP0h5tGemHdGObsmzFlf-ZEW_kCkhdFK9xemltgBKBVyxfR65J2ql-mc_Q/s1600/MARIA+JOS%C3%89+E+O+SEU+MINI+TRIO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsuegUa97DDoxnIM7CHBnzgPkFvLgD-i4lL5Q3mvSeY25JBN7FN635A1s751pmHpnFV7KDO49jv_EVcyjGsP0h5tGemHdGObsmzFlf-ZEW_kCkhdFK9xemltgBKBVyxfR65J2ql-mc_Q/s320/MARIA+JOS%C3%89+E+O+SEU+MINI+TRIO.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria José e o Seu Mini Trio - Ao vivo em 1967</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Como sempre, ficamos à espera de qualquer
contacto que complete este nosso texto e que nos permita completar a
história deste mini-trio.
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Para hoje, deixamos aos
nossos leitores, a interpretação da famosa canção "Avozinha" de José Guimarães, cantada noutros tempos pela
cançonetista Sílvia Maria, cuja interpretação nos parece muito
sentida pela pequena Primavera.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwODgDxbtJD2JI1qXs_dvdYH7WNIyuWzsj7CSyKBhg02rxUG-2Ii_Ri81wH5vqG1bSppGvk4KpCeNCgmZD2Tg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Clique no Play para ouvir "Avozinha" </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Maria José e o Seu Mini Trio</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Rapsódia EPF 5.493</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado A1 - O Natal e o emigrante (José Guimarães-Maria José)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado A2 - Nasceu Jesus (José Guimarães-Maria José) </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado B1 - Avózinha (José Guimarães-Maria José) </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Lado B2 - Natal do menino orfão (José Guimarães-Maria José)<br />
</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-86425255523850573332012-08-02T11:15:00.001-07:002013-06-18T12:55:46.570-07:00Conjunto Típico do Val - Já me chamam yé-yé<div style="text-align: justify;">
Nas décadas de 60 e 70
do século passado proliferavam em Portugal dezenas, senão mesmo
centenas, de conjuntos típicos. Nessa altura, principalmente no
Norte do país, houve um súbito aumento dos
interpretes desse género musical, que curiosamente aconteceu ao
mesmo tempo e com o mesmo ritmo do aumento do movimento yé-yé em
Portugal, embora os conjuntos afectos a este movimento se encontrassem na sua grande maioria no Sul
do país, mais concretamente em Lisboa. Coexistiam então dois estilos bem diferentes de
música portuguesa, uma de raíz marcadamente popular, com recurso a
instrumentos acústicos e um outro de matriz marcadamente
anglo-saxónica, onde imperavam as versões de temas ingleses e a
electrificação do som. Da temática abordada pelos conjuntos
típicos ressaltava, sobretudo, a referência às festas e aos Santos
populares, o elogio às virtudes das mulheres, o amor, o emigrante,
histórias humorísticas sobre peripécias do quotidiano, entre outros
temas. Paralelamente a esses temas recorrentes, começaram a surgir, com alguma repetição, quatro temáticas às quais atribuímos
particular interesse histórico: a mensagem política do imediato
após 25 de Abril (já aqui explorada), o surgimento da moda da
mini-saia em Portugal, a apologia ao Portugal Ultramarino e, por fim,
a satirização do yé-yé, levada a cabo pelos conjuntos típicos em
algumas das suas canções.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
É precisamente sobre
este último tema que hoje dedicaremos algumas breves palavras. De
facto, para além das grandes diferenças inerentes a esses dois
estilos musicais, existiam aspectos extra música que acentuavam a
grande diferença entre o yé-yé e a música popular, estando o primeiro naturalmente associado à rebeldia dos ritmos modernos, sendo
imagem de marca as vestimentas mais arrojadas dos "chicos yé-yé"
e as guedelhas bem mais desordenadas do que os executantes dos
conjuntos típicos. Contrariamente, os elementos dos conjuntos
típicos actuavam quase sempre de uniforme igual e personalizado,
quase sempre com o predomínio das cores mais aguerridas como o
vermelho e o azul, contrastando com os blusões negros dos rapazes
dos ritmos modernos.
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrTS-HGUQrqOo3nR64fw5TGLGHDVWDbkLQvN14WrYZD-mZbWy8KKwW7mr6l4DwXVoOamcWrcN9zi3ATMJFva7ockYfUIwR4LDQWfN4-PXG6Nsd4TAcb2yzog55k9zGSW_hCjI82b_Gqn4/s1600/1474a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrTS-HGUQrqOo3nR64fw5TGLGHDVWDbkLQvN14WrYZD-mZbWy8KKwW7mr6l4DwXVoOamcWrcN9zi3ATMJFva7ockYfUIwR4LDQWfN4-PXG6Nsd4TAcb2yzog55k9zGSW_hCjI82b_Gqn4/s320/1474a.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Naturalmente que tudo
isto não passaria senão de um mero pormenor caso não tivesse
existido por parte dos conjuntos típicos constantes referências nas
suas canções aos hábitos dos elementos dos conjuntos de yé-yé.
Por exemplo, não raras as vezes aconteciam sátiras aos guedelhudos
do yé-yé, bem como a um suposto estilo <i>cool </i>que só os
yé-yés dispuham e que lhes permitia impressionar com muito mais
facilidade uma donzela da época do que uma pessoa dita normal.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Relativamente à mensagem de hoje, por mais que queiramos, não conseguimos separar da nossa memória a imagem da capa do disco de um conjunto yé-yé dos anos 60, na qual aparecem todos os membros da banda em cima das respectivas motorizadas, equipados com os respectivos instrumentos eléctricos e vestidos com os seus blusões negros. Ora, nem por acaso, o conjunto chamava-se Blusões Negros e ocupou um sério destaque na música portuguesa da época, sendo curiosamente um conjunto do Norte. Também hoje escreveremos sobre um conjunto típico nortenho, formado no dia 25 de Abril de 1963 e que ainda há poucos anos se mantinha em actividade, o Conjunto Típico do Val, da Trofa, que por mais do que uma vez satirizou o Yé-Yé: no seu primeiro disco, lançado para a Alvorada, em 1973 com o tema "Cabeludos" e pouco tempo mais tarde, ainda nesse ano, através do tema "Já me chamam yé-yé", canção cuja interessante letra acaba por resumir todo este já longo texto. De facto, nela está presente a referência aos cabelos compridos, à berraria do yé-yé e até à loira <i>femme fatale</i> dos anos 60, tudo isto tendo como denominador comum a todos os versos a famosa motorizada V5 que imperou pelas estradas portuguesas durante toda a década de 60 até aos anos 90... e não só... De facto, ainda hoje vemos por algumas das nossas estradas secundárias exemplares únicos dessa motorizada. Aliás, qual de nós é que não teve ou tem um familiar que já tenha tido uma V5 ? </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhp9rVH01p5ofu7sAlX4tPb0H3OEzb0Ri-IHeTU5Q6a4Oa52wpBIG8DCq2mFD8piUOSEk_jsZH9GpYHe-KELSO3SIzYcxueDz79TxPwC_heicT8FatdgyGkWU52WWbGW6jNck6Nw9tmWw/s1600/Motorcycles-in-Portugal---SIS-Sachs-V5-1965.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhp9rVH01p5ofu7sAlX4tPb0H3OEzb0Ri-IHeTU5Q6a4Oa52wpBIG8DCq2mFD8piUOSEk_jsZH9GpYHe-KELSO3SIzYcxueDz79TxPwC_heicT8FatdgyGkWU52WWbGW6jNck6Nw9tmWw/s320/Motorcycles-in-Portugal---SIS-Sachs-V5-1965.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Reprodução de uma motorizada SIS Sachs V5</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
A canção que hoje
escolhemos, mais do que uma simples canção de um conjunto típico,
acaba por ser, em nosso entender, uma interessante imagem da época
do yé-yé, ao ponto de o vocalista do Conjunto Típico do Val dizer
que por ter uma V5 já lhe chamavam yé-yé. É certo que hoje os
tempos mudaram e que, infelizmente, o Portugal "moderno"
é hoje o reflexo de uma sociedade de kizomba e hip-hop, onde já
nada nos caracteriza pela nossa genuinidade, a não ser mesmo o vazio que a nossa cultura vai atingindo.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxkqzpj-jxgkctLxgYl_XTsRKWd0NUC4Wn17ofcVV0K4TxnTBKpvH5oh4L7GmSSroz1CY5EhBDKs3hRTwc2pQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Clique no Play para ouvir "Já me chamam yé yé" </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Conjunto Típico do Val </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Alvorada EP-60-1474 </div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
A1 - Cristo amou (José Faria / Júlio Arlindo)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
A2 - Rio Ave (José Faria / Júlio Arlindo)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
B1 - Desfile na parada (António Mafra / arranjo José Faria e Júlio Arlindo)</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
B2 - Já me chamam yé-yé (José Faria / Júlio Arlindo)</div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-62122158494585875072012-07-31T04:11:00.000-07:002012-08-01T04:45:06.795-07:00Maria Helena - Uma artista renascida<br />
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;">Confessamos
que o texto sobre a artista que hoje trazemos à memória não
estava, pelo menos para já, dentro das nossas cogitações
imediatas. No entanto, um episódio que tem tanto de insólito como
de lamentável, apressou-nos a escrever com urgência um texto sobre
a artista brasileira Maria Helena, que durante alguns anos fez
sucesso em Portugal, país que, aliás, sempre a tratou como se de
uma verdadeira portuguesa se tratasse.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Conforme
já referimos, Maria Helena era brasileira. Nasceu nos anos 40 , no
estado de S. Paulo, no seio de uma família de alta aristocracia
brasileira. Seus pais, empresários de profissão, incentivaram-na a
tirar um curso de letras no Brasil. No entanto e contra a vontade da
família, Maria Helena sempre quis ingressar no mundo do espectáculo,
ansiando ser cançonetista, embora nunca tivesse tido aulas de canto
para o efeito, tendo apenas tirado um curso de piano. Como que
renunciasse a toda a vida abastada que os seus pais lhe poderiam
oferecer, Maria Helena, já nos meandros da vida artística e
integrada num conjunto local brasileiro (cujo nome não conseguimos
apurar mas que tinha como elemento o pianista Robledo, que tocou com
Agostinho dos Santos), teve a oportunidade de um dia vir a Lisboa em
inícios dos anos 60 com o seu conjunto a fim de cumprir um contrato
num cabaret lisboeta. Terá sido, portanto, nessa altura que Maria
Helena veio a Portugal pela primeira vez, sempre contra a vontade da sua
família. Uma outra versão sobre a primeira estadia de Maria Helena
em Portugal existe ainda, que é a que temos lido em algumas revistas
da época, referindo que Maria Helena terá vindo a Portugal como
simples turista e que por cá ficou, após terem descoberto a sua voz
por mero acaso. No entanto, parece-nos, pela análise da (escassa)
"documentação" que temos sobre esta artista, que esta
segunda versão não passará de um resumo romanciado e fantasiado
sobre vinda de Maria Helena a Portugal pela primeira vez.
De facto, o que podemos assegurar é que a sua vinda a Portugal,
coincidiu o convite daquele conjunto brasileiro, que a descobrira
poucos dias antes no Brasil e que poucos dias depois a convidara para
seguir em digressão com eles para a Europa e nomeadamente para
Portugal.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq5wByNaJRCF84bvA2N8wwDTGH-wiHq_7zKmT6h4hRD7VCvaISTXZ1_gEzX3Kej3JRULQitA57eBxqz9xdPuW1tmBvCAnvPDeTEeUdD6kptRBYM0_UVZ41Zq-ZqBotyBVOE9Yz4KnGjAU/s1600/467a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq5wByNaJRCF84bvA2N8wwDTGH-wiHq_7zKmT6h4hRD7VCvaISTXZ1_gEzX3Kej3JRULQitA57eBxqz9xdPuW1tmBvCAnvPDeTEeUdD6kptRBYM0_UVZ41Zq-ZqBotyBVOE9Yz4KnGjAU/s320/467a.jpg" width="315" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Capa do disco de Maria Helena</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Segundo
rezam as crónicas, a especial relação de Maria Helena com Portugal
(e com Lisboa em particular) iniciou-se aquando dessa visita, altura
em que ficou encantada com o nosso país, por aqui tendo ficado depois dessa
actuação, dado o reconhecimento que a sua voz teve em diversos
pontos do país e junto dos promotores e agentes artísticos
portugueses. Na verdade, semanas depois estreava-se em Lisboa, no
Maxime e pouco tempo depois surgiram convites para actuar em
Barcelona, em Madrid e na Televisão Espanhola.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> A carreira
artística de Maria Helena em Portugal corria a um ritmo desenfreado,
tendo sido transformada pelos portugueses numa verdadeira vedeta. Fez
teatro, revistas e participou no filme "Pão, amor e totobola",
tendo aliás gravado canções para esse filme, juntamente com Zeca
do Rock. Em Maio de 1963, cedendo à vontade dos pais, parte para o
Brasil, abandonando o teatro de revista, regressando com eles ao
Brasil. No entanto, como o sangue que lhe corria nas veias era o da
vida artística, voltaria meses mais tarde, para actuar
temporariamente no Casino Estoril, para depois seguir imediatamente
para Espanha. Em Janeiro de 1965, encontrava-se em Moçambique,
actuando na boîte "<i>A Cave</i>", altura em que regressou a
Portugal para gravar um disco, antes de seguir para a Venezuela,
tendo percorrido ainda toda a então África Portuguesa e a então
União Sul Africana em pouco mais de dois anos. Durante parte do ano
de 1966, já regressada a Portugal, actuou no Teatro Maria Vitória,
marcando o início da sua afirmação como vedeta do teatro de
Lisboa. </span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Pese
embora Maria Helena viesse a ser mais reconhecida em Portugal pela
sua interpretação em teatro de revistas, cremos que o seu momento
alto aconteceu quando, participou, representando Portugal, em Aranda
do Douro, no Festival Hispano-Portugues da canção do Douro, de
1960. Aliás, foi mesmo ela que criou a canção "</span><span style="font-size: small;"><i>Meu
rio Douro</i></span><span style="font-size: small;">"
(Canção tema do Festival desde a sua 1.ª edição), tendo ficado
em primeiro lugar, facto que nunca acontecera antes com qualquer
representante português.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> E sobre a
vida de Maria Helena, pouco mais sabemos. No entanto, quando por mero
acaso desfolhávamos uma revista Plateia de finais de 1968, reparámos
na triste notícia então relatada acerca do seu prematuro
falecimento num Hospital de Madrid, após 7 meses de internamento
numa dura batalha contra um cancro. A referida notícia, cujo recorte acima aqui deixamos, vinha acompanhada da respectiva foto de Maria
Helena, não deixando margem para dúvidas: Maria Helena, segundo a
revista Plateia, falecera (tal como a malograda Marina Neves) no
auge da sua carreira, muito nova, vítima de uma grave enfermidade.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs0kBG3pa5iABfQtpFzZNohOMWigsQXy-qsV__KSQDkB2fcSwA3l5ZNjj_0e_p9XxbIFwkVh2C-RIRZ67P3I9Hmba_T77LLoYztKDRIaW8eZcuMnErcuWPNyTgtRwoUDIB2xQXdILD1XA/s1600/escanear0085.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs0kBG3pa5iABfQtpFzZNohOMWigsQXy-qsV__KSQDkB2fcSwA3l5ZNjj_0e_p9XxbIFwkVh2C-RIRZ67P3I9Hmba_T77LLoYztKDRIaW8eZcuMnErcuWPNyTgtRwoUDIB2xQXdILD1XA/s320/escanear0085.jpg" width="210" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Notícia do falecimento de Maria Helena, em 1968</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;"> Contudo,
para nosso espanto, e após consultarmos um interessante blogue
palcoum.blogpsot.com, lemos uma mensagem na qual o responsável pelo
blogue perguntava à comunidade de leitores sobre o que
seria feito de Maria Helena, referindo, porém, que a última notícia
de que dispunha sobre Maria Helena prendia-se com uma visita a
Portugal entre finais dos anos 70 e inícios de 80 em Sintra, na
quinta do empresário teatral Sérgio de Azevedo. Ora, como
dispúnhamos da informação de que Maria Helena, infelizmente, havia
já falecido vítima de cancro, prontamente demos conta do seu
falecimento. Todavia, imediatamente a seguir, o responsável pelo
mesmo blogue, publicou nova mensagem, colocando uma fotografia de
Maria Helena em Portugal alusiva à sua última estadia em Portugal,
em Sintra, desfazendo o grande equívoco da revista Plateia que
noticiara uma década antes a sua morte. </span>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFlG-65Na7R2L-d9Q_Zz1jgJMJLZXrqkKTRKRP0y5qYnJ79o7reJc26rE1QQjbsKxXDmdV_WM0tnFEdFTmZLKtpyh0o9wZQ-ggaBzdwzsXYjkzJR99U9RvIRZEOnZPWiHj73wuDfF5jnEI/s400/IMG_0003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFlG-65Na7R2L-d9Q_Zz1jgJMJLZXrqkKTRKRP0y5qYnJ79o7reJc26rE1QQjbsKxXDmdV_WM0tnFEdFTmZLKtpyh0o9wZQ-ggaBzdwzsXYjkzJR99U9RvIRZEOnZPWiHj73wuDfF5jnEI/s320/IMG_0003.jpg" width="219" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Maria Helena em Portugal, nos anos 70 (cortesia palcoumblogspot.com)</div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Da nossa
parte, e após análise da fotografia "postada" naquele
blogue, não temos dúvidas em afirmar que se trata efectivamente da
mesma Maria Helena e que, felizmente, a mesma não falecera uma
década antes, vítima de cancro. Aliás, gostaríamos de esclarecer
os nossos leitores que a nossa tarefa de recolha de informação
sobre estes artistas privilegia a mais rigorosa informação
possível, sendo certo que, devido à nossa idade, a única
informação de que nos munimos é a da imprensa da época, ou então
dos próprios artistas quando com eles mantemos alguma espécie de
contacto. Sendo assim, jamais nos poderemos responsabilizar pela
informação que retiramos das revistas que lemos se tal informação
estiver completamente errada. De facto, já por diversas vezes Eunice
Muñoz foi dada como morta pela nossa imprensa e bem recentemente
Camilo de Oliveira (ou até o famoso Bon Jovi !) , sendo que todos
eles se encontram bem e com saúde. Lamentamos profundamente que a
imprensa não seja muito rigorosa e não se acautele devidamente na
hora de lançar tão tristes e sérias notícias. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Cumpre-nos
hoje tentar desvendar e esclarecer esse insólito equívoco sobre a
vida de Maria Helena. No entanto, gostaríamos também de saber sobre
o paradeiro actual de Maria Helena e sobre o seu percurso desde os
anos 70 até à presente data, do qual quase nenhuma informação
conhecemos. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"> Retribuindo,
dedicamos também esta mensagem ao responsável pela manutenção do
blogue "palcoum" (e de outros tantos mais) e que muito tem feito para
preservar a memória dos nossos maiores artistas, nomeadamente na
área do teatro e do espectáculo em geral.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;">Deixamos para os nossos leitores, dois temas cantados por Maria Helena, acompanhada pela orquestra de Ferrer Trindade, com destaque para "<i>Com sete letras se escreve saudade</i>" numa interpretação sentida, na qual Maria Helena encarna com perfeição esse sentimento único português, que se chama saudade.</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy4DmSJPn8JFMvgjTLO0AtGwCdoSuVyCh5C3mvRof5N3McIvei6SezGHSe5-zB5dQAL3rIW8ytTcLUk-IDzVg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;">Clique no Play para ouvir um excerto das canções</span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;">Maria Helena </span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;">Alvorada AEP60467 </span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><i>A1 - Fantasma do amor (Ferrer Trindade / José Correia) </i></span></div>
<div align="JUSTIFY">
<span style="font-size: small;"><i>A2 - Com sete letras se escreve saudade (Ferrer Trindade / Anibal da Nazaré) </i></span></div>
<div align="JUSTIFY">
<i>B1 - Ninguém é de ninguém (Umberto Silva-Toso Gomes / Luis Mergulhão)</i></div>
<div align="JUSTIFY">
<i>B2 - Custou dizer adeus (Costa Pinto / José Correia) </i></div>bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-8116277833691381852012-07-20T12:30:00.004-07:002014-01-03T08:21:04.990-08:00Fernando Lito - Tiqui-Toc<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Dedicamos o espaço de
hoje a Fernando Lito Inácio de Sousa Magalhães, filho de uma cigana
e de um mulato português, mais conhecido no mundo artístico pelo
nome abreviado de Fernando Lito, cançonetista que surgiu no panorama
artístico nacional em 1966. Antes, com 16 anos apenas e tal como
muitos outros jovens aspirantes a artistas desse tempo,
tentou frequentar o famoso Centro de Preparação de Artistas de
Rádio (de onde saíram grandes cançonetistas portugueses dos anos
60, como Simone de Oliveira, Tonicha, António Calvário ou Madalena
Iglésias, entre muitos outros). No entanto, era desejo dos
professores do C.P.A.R. que o jovem Fernando Lito cantasse Jazz e
canções anglo-americanas, as quais não o seduziam
particularmente, facto que o levou a desistir da ideia de ingressar
nos quadros da Emissora Nacional.
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPhFUYNLVa138kTDLa763X8fVTCgtkkgGWkBq0osrkOzt8VNFax9ZC46Vcrl2huFH3lmXHnNQTZvAAEcJ2tbkYTTXmfR1W2z8El8rr5toxxqEUHKydRCNVyBpFcCTojTxRegCtzrbDXig/s1600/FERNANDO+LITO+%23+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPhFUYNLVa138kTDLa763X8fVTCgtkkgGWkBq0osrkOzt8VNFax9ZC46Vcrl2huFH3lmXHnNQTZvAAEcJ2tbkYTTXmfR1W2z8El8rr5toxxqEUHKydRCNVyBpFcCTojTxRegCtzrbDXig/s320/FERNANDO+LITO+%23+1.jpg" width="316" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Como não se recusasse a
desistir do seu sonho, Fernando Lito concorreu ainda no popular
concurso "<i>Do Céu caiu uma Estrela</i>", promovido pela
Agência Portuguesa de Revistas. Contudo, as suas aspirações
esbarraram na obrigatoriedade de cumprimento do serviço militar,
facto que o impediu de ir à final, para a qual, aliás, fora
apurado. Não obstante tal contrariedade, ainda fez vários
espectáculos na província e em Lisboa antes de partir para o
Ultramar, nomeadamente no Coliseu dos Recreios, tendo tido também a
sua estreia na RTP no programa "<i>Parada Musical</i>" realizado
por Fernando Frazão e com locução de Carlos Cruz.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Na Guiné, onde cumpriu
serviço militar, cantou pr<span style="background-color: white;">incipalmente para os membros das Forças
Armadas Portuguesas que </span>alí<span style="background-color: white;"> se encontravam em missão. Num desses
espectáculos, em </span>Jabadá<span style="background-color: white;">, Fernando </span>Lito<span style="background-color: white;"> cantou num palco improvisado
ao ar livre em que os assistentes eram militares de metralhadoras na
mão, prevenidos contra qualquer ataque da resistência rebelde.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipEjBW1_PdTbMaiVpMy66GlDtT6vVAG721xxRJONvZ3FRXpGtgo1xSXfV7H5eKkIrpCVQfUOfVz7mTTs7C-vzdm0GF59ghjdN5sWgPUSqUu7pJ3v6kPP0IKUSXclv_HMrXY8HF9sEEQIs/s1600/Lito%252C+Fernando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipEjBW1_PdTbMaiVpMy66GlDtT6vVAG721xxRJONvZ3FRXpGtgo1xSXfV7H5eKkIrpCVQfUOfVz7mTTs7C-vzdm0GF59ghjdN5sWgPUSqUu7pJ3v6kPP0IKUSXclv_HMrXY8HF9sEEQIs/s320/Lito%252C+Fernando.jpg" width="182" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Fernando Lito na Guiné Portuguesa</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>circa </i>1967</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Uma vez cumprido o
serviço militar e de regresso a Lisboa, foi contratado para
espectáculos de televisão na América do Norte bem como para diversos
espectáculos em Espanha e Norte de África. Concorreu a vários
festivais, incluindo o famoso de Aranda do Douro, onde obteve o
segundo lugar e em 1978 foi-lhe atribuído o prémio de interpretação
no Festival da Canção Tâmega, do qual resultaria a edição de um
disco.
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">A actividade de Fernando
</span>Lito<span style="background-color: white;"> não se centrou apenas na música, tendo sido também actor de
revista. Segundo apurámos, teve uma grande actividade artística até
1978, altura em que tinha como projectos montar o seu próprio</span><i style="background-color: white;"> show</i><span style="background-color: white;">,
em parceria com José Guimarães e abrir um casa comercial de
</span>agenciamento<span style="background-color: white;"> de espectáculos, incluindo obviamente o seu próprio
espectáculo.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Ao que sabemos, Fernando Lito voltou a editar, pelo menos, mais um disco posteriormente a esta altura já em 1990, mas sobre o qual poucas informações dispomos.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
O disco que apresentamos
hoje aos leitores coincide com o primeiro disco de Fernando Lito
gravado para a editora nortenha Rapsódia, em regime de
exclusividade, cujos arranjos de Rocha Oliveira particularmente
apreciamos. Não conseguimos chegar à fala com Fernando Lito, apesar
dos contactos telefónicos que conseguimos obter. Resta-nos, como
sempre, a ajuda dos nossos leitores em descortinar o paradeiro deste
intérprete que hoje recuperamos do baú do esquecimento.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyl8sHmAuniAmLHxBscH_-fEPpgjIk85kYsoJj38kq8e87_9mi8074vgm1061XNYRtCjyNvQm4DqCS34CYZ_A' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Clique no Play para ouvir um excerto das canções</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
Fernando Lito<br />
Rapsódia EPF 5.574<br />
Lado A1 - Moira, morena,
romã (José Vicente-Fernando Lito)<br />
Lado A2 - Tiqui-Toc (José Lezaun/Fausto Turell-Fernando Lito)<br />
Lado B1 - Deus te guarde (Francisco Ataíde)<br />
Lado B2 - Quero um novo
dia (Fernando Lito-Rocha de Oliveira)<br />
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-79914142624099208022012-05-17T12:24:00.001-07:002015-12-26T03:40:54.198-08:00Os Camaradas - Quem trabalha é que deve mandar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: inherit; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-size: small;">Quando
há poucas semanas atrás publicámos no Bairro do Vinil um texto
sobre o músico Tino Flores, tínhamos já em mente colocar
imediatamente a seguir uma mensagem sobre um desconhecido e
misterioso agrupamento musical denominado de "Os Camaradas",
tendo por única referência um disco que adquirimos juntamente com o
disco de Tino Flores e com outros discos de intervenção.
Curiosamente, os comentários que emergiram após a publicação
daquele texto precipitaram a publicação desta mensagem em
cumprimento de uma espécie de dever e de compromisso para com os
leitores, levantando um pouco do véu sobre esse misterioso
agrupamento, do qual pouca ou nenhuma informação se sabe. </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: inherit; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-size: small;">De
facto, sobre "</span><span style="color: black; font-size: small;"><i>Os Camaradas</i></span><span style="color: black; font-size: small;">"
não conseguimos recolher qualquer informação, pelo menos até ao
momento. Desde logo, a própria componente editorial do disco (à
semelhança dos discos de Tino Flores) remete-nos igualmente para a
ideia de tratar-se de edição de autor. Inclinámo-nos para esta
tese, após observarmos com atenção o label do disco, no qual
apenas constam o nome das músicas e a referência "OSC 2", sem
qualquer referência a editoras ou "patrocinadores" do
disco. Supomos também tratar-se do segundo disco deste agrupamento.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: inherit; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-size: small;">Por
outro lado, o disco que adquirimos não tem qualquer informação na
contracapa e embora a sua capa seja coloridamente apelativa (com
cores vermelhas, pois claro) nenhuma informação dele podermos
retirar. No entanto, desde logo ficámos com a ideia de que o disco
dos Camaradas teria sido lançado em simultâneo ou então num
período temporal muito próximo do disco de Tino Flores
anteriormente apresentado pelo facto de os labels dos discos serem
exactamente iguais, com o mesmo grafismo e igualmente editados em
França. Tal constatação, remete-nos imediatamente para o campo
das suposições, acreditando que o próprio Tino Flores poderá ter
participado, de alguma forma, na produção deste disco. Na verdade
podemos até ouvir numa das canções uma harmónica, à semelhança
do disco de Tino Flores, onde também podemos encontrar igualmente a
mesma sonoridade em algumas canções.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: inherit; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-size: small;">Facto
que demos por assente à primeira audição é que não é Tino
Flores que canta neste disco, pelo menos enquanto solista. Com
efeito, as vozes dos intérpretes dos dois discos são manifestamente
distintas. A identidade do vocalista dos Camaradas permanecerá um
mistério que pretendemos desvendar com ajuda de todos aqueles que
lerem este texto. Da composição do grupo, temos apenas a informação
de que </span><span style="color: black; font-size: small;">o
músico </span><span style="color: black; font-size: small;">Adão
Gonçalves integrou-o em 1973, segundo informação colocada no
Bairro do Vinil por um comentador geralmente muito bem informado.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7a6s2wmBcZMKCUrojSwW4i3fcCf3lnWpIqRGJv6xF2lNYkJ2J23nODy3NPN2LDoDvh262mFUy-Xr8sInuOH10TYW2_MMpzPfeOQhGYmSqEcpUXJz07dujUx9-uA65RJ8TDLXEAFL0CA/s1600/Os+camaradas+%2523+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7a6s2wmBcZMKCUrojSwW4i3fcCf3lnWpIqRGJv6xF2lNYkJ2J23nODy3NPN2LDoDvh262mFUy-Xr8sInuOH10TYW2_MMpzPfeOQhGYmSqEcpUXJz07dujUx9-uA65RJ8TDLXEAFL0CA/s320/Os+camaradas+%2523+1.jpg" width="318" /></a></div>
<span style="color: black;"><span style="font-family: 'Times New Roman',serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: center;">
Capa do E.P. "Os Camaradas" OSC 2</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: center;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: inherit; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-size: small;">Confessamos
que a nossa maior dificuldade prendou-se com o facto de permanecerem
(mesmo após várias audições dos 4 temas que compõem este disco)
algumas dúvidas sobre se o disco terá tido edição pré ou pós 25 de
Abril. Sobre este aspecto, à primeira vista tudo indicaria tratar-se
de um disco pré-25 de Abril, atendendo ao facto de o label do disco,
conforme já referimos, ser igual ao do disco do Tino Flores e daí podermos eventualmente retirar a conclusão de ter sido editado em
1972 ou em 1973 (tendo por referência o período em que Adão
Gonçalves integrou o grupo). É que as letras das canções, embora
se tratem igualmente de músicas de conteúdo directo e sem floreados,
têm um carácter dúbio ao ponto de poderem ser facilmente inseridas
em qualquer um dos períodos acima referidos, isto tanto antes tanto
depois do 25 de Abril. No entanto, arriscamos tratar</span><span style="color: black; font-size: small;">-se de um disco
já editado no pós 25 de Abril. Na verdade, através dele
conseguimos vislumbrar alguma</span><span style="color: black; font-size: small;">s reminiscências do</span><span style="color: black; font-size: small;"> período conturbado
dos primeiros meses imediatamente após a revolução dos cravos.
Referências pontuais a pequenas liberdades, à repetição da
palavra democracia inserida no contexto de governos pós salazaristas
e nenhuma referência a qualquer primavera Marcelista colocam-nos
numa quase certeza de tratar-se já de um disco editado em finais de
1974 ou inícios de 1975. O primeiro tema do E.P. "</span><span style="color: black; font-size: small;"><i>Quem
trabalha é que deve mandar</i></span><span style="color: black; font-size: small;">",
a nosso ver desfaz qualquer dúvida. Contudo, sobre esta matéria,
iremos deixar o espaço aos leitores para darem as suas opiniões para,
daqui a umas semanas, refazermos o texto de hoje com informação já
actualizada. </span></div>
<div style="font-family: inherit;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: inherit;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxYJlGDiATTAnu4Lrzvdnt9SCD1UUqJRWyRDs9hh4ef983qqLIXx7mybvk-P_jx78dnCq_3HD5jP7H0iKJouQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: left;">
Clique no Play para ouvir um excerto de "Os Camaradas"</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: left;">
Lado A) Quem trabalha é que deve mandar/ Democracia</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: left;">
Lado B ) Lá vai o comboio/ Ora vai, vai vai</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: inherit; text-align: left;">
<br /></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-3128119183444706092012-04-25T02:39:00.000-07:002014-08-25T06:54:35.459-07:00Tino Flores - Organizado o povo é invencível<div style="text-align: justify;">
<i>"Explorados nas fábricas e nos campos, carne para canhão na guerra colonial, emigrantes a fugir à fome, presos, torturados e massacrados pelos carrascos da burguesia, esta é a nossa vida. Sózinhos, isolados somos uma presa fácil nas mãos dos capitalistas. Quando nos unimos, quando nos organizamos, obrigamos os patrões e os oficiais e a polícia a recuar, fazemos greves e ganhamos, desertamos e roubamos armas, atacamos a guarda e fazemos com que ela fuja. Organizados e com armas conquistaremos o poder e exterminaremos essa corja de bandidos e parasitas que nos sugam o sangue e que nos lançam na miséria. Lutemos pela nossa unidade, organizemos reuniões nas fábricas, nos campos, nos quartéis, nos bairros onde vivemos! Discutamos os nossos problemas e organizemo-nos para a resposta vitoriosa contra os nossos exploradores! A união de todos os explorados criará um mundo novo onde terminará a exploração do homem pelo homem! A Guerra do povo é invencível. Em frente pela revolução popular!"</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As palavras que acima escrevemos não estão aqui escritas por mero acaso. Na verdade estão igualmente estampadas na contracapa do disco que escolhemos para apresentar hoje no dia 25 de Abril. Trata-se de um disco que não sendo propriamente de um intérprete totalmente desconhecido, como é o caso de Tino Flores, merece honras de destaque pela sua raridade uma vez que os discos desse cantautor (principalmente os gravados no pré- 25 de Abril) são considerados dos mais raros de encontrar no mercado discográfico e, portanto, verdadeiras relíquias.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUUTAbCAW0gsZCsh604h6EhfFQRqJBuHLb782HpmCsB0_PlCEZoFZEK92eP_Dvj6qny6gAiKA3lirnI7fJRM9D8Ha9UAHqPft-JIm8UHszA1Il7_1DZrcTuM8cXk0VhyphenhyphenHheOYbxb6brro/s1600/Tino+Flores+%23+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUUTAbCAW0gsZCsh604h6EhfFQRqJBuHLb782HpmCsB0_PlCEZoFZEK92eP_Dvj6qny6gAiKA3lirnI7fJRM9D8Ha9UAHqPft-JIm8UHszA1Il7_1DZrcTuM8cXk0VhyphenhyphenHheOYbxb6brro/s1600/Tino+Flores+%23+1.jpg" height="320" width="314" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À semelhança de outros cantores de intervenção exilados em França, foi também através da canção com mensagem de protesto que a voz Tino Flores chegou ao conhecimento de (alguns) portugueses. No entanto, para os que se interessam por este género de canção, é unânime a constatação de que Tino Flores é um caso totalmente à parte, diferenciando-se dos demais em muitos aspectos. Em primeiro lugar, os seus discos são genuinamente canções de protesto ao serviço de ideais e alvos bem definidos, como se de folk music se tratasse, tendo em conta o singelo acompanhamento de guitarra que servia de base às suas canções. Depois, porque as incendiárias palavras de Tino Flores não são preenchidas com quaisquer eufemismos ou floreados, sendo antes uma escrita directa contra a guerra e o fascismo, quase que rude e sem papas na língua, apelando directamente à consciência daqueles que considerava serem os explorados da sociedade, atingindo o seu auge com a canção "<i>Isto só vai à porrada </i>!", gravado já depois do 25 de Abril. Por outro lado, ao contrário dos outros cantores de protesto, que viam os seus discos ser editados sob a chancela de algumas editoras (ainda que lançados quase que clandestinamente) as edições de discos de Tino Flores tinham um carácter muito mais restrito, sendo edições próprias de autor, com capas trabalhadas de forma amadora e sugestivamente apelativas à luta e à revolta popular.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao contrário de José Afonso ou Sérgio Godinho, por exemplo, que se tornou num músico de carreira com o decorrer dos anos, Tino Flores nunca seguiu (nem mesmo depois de ter regressado a Portugal após o 25 de Abril de 1974) qualquer carreira de músico profissional, pese embora tenha gravado alguns discos após a revolução. Tino Flores era, sobretudo, um músico de combate e de verdadeira resistência, conforme veio a demonstrar pelo seu contributo numa interessante parte da história do canto popular, como foi o Grupo de Acção Cultural, onde veio a ter um papel de verdadeiro destaque ao lado de José Mário Branco, Afonso Dias, José Júlio, entre outros. Para ilustrarmos um pouco desses cantos de revolta, deixamos um excerto de algumas das canções que compõem o E.P. do disco que hoje apresentamos, gravadas em 1972, algures em França.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyezVU19pkWTq791FPfJgw8PEyS-Rv36sqwD3B3B77F3n-bEElgJ6kWwhYg325VG7GAzF2DhXy8aeoYTAv-lA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-78342989219074502132012-04-17T03:07:00.000-07:002012-04-26T10:19:45.643-07:00Actualização de mensagens do Bairro do Vinil<div style="text-align: justify;">
Muito mais importante do que publicar novas mensagens era actualizar e corrigir alguns dos textos que publicámos anteriormente. Isto porque era imperioso corrigir alguns erros de informação decorrentes, por um lado, de alguma (quase que indesculpável) ignorância da nossa parte e, por outro lado, decorrentes da falta de informação disponível acerca dos artistas que destacámos. Felizmente, quanto a este último ponto, conseguimos obter informação privilgiada junto de imprensa da época ou junto do meio artístico (incluíndo os próprios artistas), que nos foi muito útil para dar um carácter mais científico aos textos que vagarosamente escrevemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim procedemos à actualização dos textos referentes a Fernando Ribeiro, Isilda Maria, Maria Albina, Conjunto Zeca da Silva e Germano Rocha, esperando que o leitor possa colher alguma informação útil resultante do nosso esforço. </div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, os nossos muitos afazeres não nos têm permitido actualizar o nosso blogue tantas vezes como aquelas que desejávamos. Fica, no entanto, a promessa que este espaço não morrerá e que brevemente novos textos e descobertas serão públicados.</div>bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-32580250079809347722012-02-21T13:01:00.000-08:002012-02-21T15:22:31.634-08:00Johhny Rodrigues - Mariquinha<div align="justify">O artista que recuperámos recentemente do vácuo do desconhecido gozou de grande popularidade além fronteiras, embora o mesmo nunca tenha chegado a possuir verdadeiramente nacionalidade portuguesa, pese embora tenha nascido sobre a égide do colonialismo português em África, mais concretamente em Cabo Verde em 1951, então território integrante de Portugal Ultramarino.<br />
Com recurso à wikipédia holandesa (e com a imprescindível ajuda de um tradutor) descobrimos a figura de Johhny, ou um mais que provável João Rodrigues, que após ter sido chamado pelo exército português para cumprir o serviço militar em Angola (de onde seria enviado para um verdadeiro cenário de guerra) fugiu para os Estados Unidos da América no inicio da década de 70 do século XX, sem que nessa altura tivesse tentado ainda qualquer investida na vida artística.<br />
Na verdade, a incursão de Johhny Rodrigues pela vida artística, só viria a verificar-se, por mero acaso (como quase sempre), quando este se encontrava de férias na Holanda, país onde recebeu convite para gravar um disco, após ter trabalho como DJ em bares e discotecas. Aí, socorrendo-se das influências do nosso folclore, Johhny Rodrigues, apresenta-se em palco como "Johhny & Orquestra Rodrigues" (embora cantasse a solo!), gravando em 1975 a canção "Hey Mal Yo", que mais não é do que uma versão do popular tema do nosso cancioneiro "<i>Ó malhão, malhão</i>", tendo o seu single de estreia, com o mesmo nome, sido imediatamente n.º 1 nos Países Baixos e na Bélgica, permanecendo no topo daqueles países durante doze semanas.</div><div align="justify"></div><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5711544495516117314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheAD7xzd4WQq2juVF8C8dYfr-7wdS5_xU3E8MdDQTa9y-b_qkM9rYnmNVN10EMWmbCOEyiUONdMxDWn29kleLOIuofDxP0OLNGVaEI9OFPIYuhsvWN5JaAQPkt8109eiDFHjwUhfAZYCg/s320/escanear0005.jpg" style="display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 318px;" /> <br />
<div align="justify">Sendo um dos poucos cantores africanos a cantar folclore português, pouco tempo depois, grava o single "<i>Mariquinha</i>", o qual viria mais tarde a ser editado em Portugal pela Valentim de Carvalho, sob licença da EMI, um disco dividido musicalmente em dois momentos bem distintos: um lado A, no qual apela, mais uma vez, ao folclore português e um lado B, bem mais alegre, que transporta os ouvintes para bem junto das suas raízes africanas, através do tema "<i>Tente".</i><br />
Desconhecemos se "<i>Mariquinha</i>" teve algum sucesso no estrangeiro, embora tudo nos leva a crer que sim, atendendo ao facto de o disco ter sido lançado imediatamente a seguir ao seu single de estreia. Paradoxalmente, o percurso de Johhny Rodrigues foi tão efémero quanto tão rápida foi a sua ascensão aos charts internacionais e o seu desaparecimento do mundo do espectáculo, sendo o seu paradeiro actual para nós mais um mistério por desvendar.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='242' height='196' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxvufLqWGSZ1WDqQCqiQJdSOzM70h854XPUkvQ3NyCXqeuCmH2GGhb-SWUzRacWYRbpQtNuWMV_X937OeWjQg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Clique no Play para ouvir um excerto dos temas</span> </div>bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-32653362145087960502012-02-07T12:02:00.000-08:002012-02-08T11:06:44.536-08:00Alberto Ramos - Beijinho Doce<div style="text-align: justify;">Abordamos hoje um cançonetista que gozou de alguma popularidade em finais da década de 1950 e nos inícios da década de 60 e cujo percurso musical, à semelhança de outros tantos cançonetistas do seu tempo, se terá eclipsado de forma abrupta ainda durante a década de 60. A particularidade de Alberto Ramos é que, ao contrário da maioria dos outros cançonetistas, que ingressaram nos quadros da Emissora Nacional de forma espontânea (isto é, apresentando-se a provas perante um exigente júri) começou a cantar acidentalmente, quando se encontrava a cumprir o serviço militar no Funchal (onde nasceu, em 1930). Por mera coincidência, o comandante da sua companhia era o director da E.N. de S. Martinho (Funchal) que reparou que Alberto Ramos tinha boa voz, tendo-o de imediato convidado para cantar aos microfones da estação, ainda que na altura sem qualquer carácter profissional. </div><div style="text-align: justify;">Desde esse momento até à gravação dos seus primeiros discos, tudo ocorreu num verdadeiro ápice para Alberto Ramos que acabaria por ficar livre do serviço militar ao fim de 3 meses, tendo rumado imediatamente para Lisboa, altura em que conheceu o radialista Igrejas Caeiro que, depois de uma audição logo o contratou, tendo iniciado a sua carreira como cançonetista no programa de Rádio Companheiros de Alegria. No dia 16.02.1958, estreou-se aos microfones da RTP, participando no programa "O senhor que se segue", tendo sido precisamente, aquando da sua primeira aparição na TV, que Jaime Filipe (engenheiro de som da RTP) lhe propôs a gravação de um contrato de 3 anos para a editora Alvorada. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRMpW9SYi2wAnS7h8jCHdbiKEmAfHe1mJWG64qz0lVC8zJG0X2KgGbb_dELHm90B5h26RfxBQLRsCzgAtsajUZpRx6wrG79gAxpksuzc4WGvJzD4MMLWdEhR9pSlHUUGFWyNDTGte58BI/s1600/157a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320px" sda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRMpW9SYi2wAnS7h8jCHdbiKEmAfHe1mJWG64qz0lVC8zJG0X2KgGbb_dELHm90B5h26RfxBQLRsCzgAtsajUZpRx6wrG79gAxpksuzc4WGvJzD4MMLWdEhR9pSlHUUGFWyNDTGte58BI/s320/157a.jpg" width="318px" /></a></div><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">No que diz respeito à discografia de Alberto Ramos podemos adiantar, com um elevado grau de probabilidade, que terá sido toda gravada para a etiqueta Alvorada, tendo-se estendido até 1962, num total de quatro Ep's em nome próprio (ou seja, mais um do que os propostos em 1958 por Jaime Filipe), ao que acresce ainda um outro repartido com a cançonetista Margarida Amaral, em homenagem ao Clube de Futebol os Belenenses. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Da sua discografia, destacamos do seu primeiro disco gravado em 1959, a canção "Beijinho Doce", com acompanhamento do Conjunto de Hélder Reis, cujos autores da letra e música desconhecemos, pelo facto de o label do disco não conter qualquer informação relativamente a essa canção (ao contrário das restantes 3 músicas que compõem o disco, cuja informação e créditos autoriais se encontra identificada). No entanto, por gostarmos tanto da capa do seu primeiro disco, não poderíamos deixar de escolher esta canção para apresentar Alberto Ramos às novas gerações.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3AxbzJAOP1QutsmUXD97QBmyfwvx5x069Rw8kOTSMvm6bf2ZoIVtETkAgOBx3R0M3UjSAJw2O3qulgArHJfarRCJNPqtZiHbmh2Fbkpip4HxhGEiaUoyZF6B0EkguGosDSBbp93knK30/s1600/Ramos%252C+Alberto+1962.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200px" sda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3AxbzJAOP1QutsmUXD97QBmyfwvx5x069Rw8kOTSMvm6bf2ZoIVtETkAgOBx3R0M3UjSAJw2O3qulgArHJfarRCJNPqtZiHbmh2Fbkpip4HxhGEiaUoyZF6B0EkguGosDSBbp93knK30/s200/Ramos%252C+Alberto+1962.jpg" width="141px" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Alberto Ramos, em 1961</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Como já referimos no primeiro parágrafo desta mensagem, posteriormente à gravação do seu último disco, nada mais sabemos do percurso de Alberto Ramos, ainda que sobre nós tenham pairado recentes rumores, recolhidos junto de anteriores antigos vizinhos, que terá abandonado a vida de cançonetista para ser empresário no ramo das artes e do espectáculo. Ou teria voltado a ser comerciante, profissão que exerceu paralelamente até alcançar o sucesso, vendendo bordados da Madeira a bordo de navios em alto mar ? Não sabemos, pelo que apelamos a quem nos possa elucidar a sempre bem vinda colaboração. </div><br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3AxbzJAOP1QutsmUXD97QBmyfwvx5x069Rw8kOTSMvm6bf2ZoIVtETkAgOBx3R0M3UjSAJw2O3qulgArHJfarRCJNPqtZiHbmh2Fbkpip4HxhGEiaUoyZF6B0EkguGosDSBbp93knK30/s1600/Ramos%252C+Alberto+1962.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><br />
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='255' height='216' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxnEV4pUDRb9pzFdCa2FPc_HGpbZ8n5Hgv8h5oI5mkdoFbJCdZ-jhWyyJbPm5tAdpTx_L-cnlRiBtaw8SSL0Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Clique no Play para ouvir "Beijinho Doce"</div></div><div style="text-align: center;"></div>bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6562634874419932258.post-31094575047269480402011-12-10T11:16:00.001-08:002012-04-17T02:22:27.856-07:00Francisco Stoffel - Canto para não chorar<div align="justify">Apesar de o fado não ser o nosso género musical de eleição, não poderíamos ficar indiferentes ao heróico acontecimento de o mesmo ter sido considerado há poucos dias atrás como Património Imaterial da Humanidade. É sem dúvida algo que deve encher de orgulho todos os portugueses, sejam eles ou não apreciadores de fado. De facto, se para os estrangeiros o fado simboliza apenas um género musical (ou erradamente a nossa “<i>folk music</i>”), a verdade é que para nós simboliza muito mais do que isso; o fado é algo verdadeiramente nosso, intrínseco e confundível com a própria alma portuguesa e que tem sobrevivido ao longo de séculos às grandes mudanças sociais e políticas que ocorreram na pátria lusitana.<br />
Também nós, que fomos criados bem perto das margens do Mondego, e que ao longo dos últimos anos nos temos dedicado à pesquisa da música popular portuguesa, fomos aprendendo a apreciar o som da outra guitarra portuguesa e a deixarmo-nos seduzir muitas vezes pelas belas vozes que do fado emanam.<br />
Queremos também deixar de lado, enquanto apreciadores do fado de Coimbra, a polémica (para aqui não chamada) da exclusão do Fado de Coimbra da candidatura do Fado a património imaterial da Humanidade. Por isso, dedicaremos a mensagem de hoje a um jovem fadista de Lisboa que, infelizmente, nunca passou de uma mera esperança e cuja saudosa voz muito apreciamos. Para tal, deixaremos nos parágrafos seguintes um pouco do que conhecemos sobre Francisco Stoffel e das gravações das 4 canções que compõem o seu único legado.</div><div align="justify"></div><div style="text-align: justify;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5684581166051969090" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD4V5wl2DqNFV7cYCUUVvj-zhFRzsv5kPesAi73ehl6BwLAlw6T7XH7CT5MjO6bYcKr_vpw8LdNilOQ3-_b9yHVwMtpQz83GaEnqBSbn3XWz405Z_A9potDGbjj9E2EMdgIxnCtv4hZO8/s320/Francisco+Stopfell+%2523+1.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 319px;" />Há cerca de 45 anos atrás, em Dezembro de 1966, num dos salões do Hotel Tivoli decorreu um beberete oferecido pela editora de discos catalã Belter. Tratava-se do arranque em Portugal de uma das duas editoras espanholas que na época apostaram na gravação de artistas portugueses (a outra, era a madrilena Marfer). O referido cocktail serviu, portanto, para apresentar os primeiros discos lançados em Portugal de artistas portugueses dessa editora, tendo reunido em tal convívio António Calvário (até então o “<i>rei da rádio</i>”), Luis Guilherme, Alberto Ribeiro e Shegundo Galarza, que foram, juntamente com Francisco Stoffel, os primeiros artistas a gravar para a Belter e cujos discos iriam ser colocados à venda em toda a Espanha, Argentina, Angola, Moçambique, para além de Portugal (então metrópole).<br />
No dia da apresentação dos artistas e dos discos aos órgãos de informação, para além da habitual sessão de autógrafos, foram oferecidas pastas com os discos gravados pelos 4 cançonetistas nacionais (Luís Guilherme, Calvário, Alberto Ribeiro e Francisco Stoffel). No entanto, dos quatro cançonetistas apenas três estiveram presentes, pois Francisco Stoffel falecera dias antes vítima de uma doença que os médicos na altura não conseguiram identificar. <img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5684581925242092530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQMdhZUtebVt906efiYABtlPUrTO2_1boU3sQPbOBJOP17HP5Pk9im54GHzbv1ET0hUWjxR0j29XHHZ1MzshsERYRCnD3Lv-P6mobj6_pi5xwK5u6W87B_6C5r6BQzbsTFGyd6id44RjI/s320/Digitalizar0023.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 218px;" /><br />
Francisco Stoffel, nascido no Estoril, há provavelmente 66 anos, tinha apenas 22 anos quando faleceu, dias antes da apresentação do seu disco à comunicação social.<br />
Stoffel, era, segundo o que apuramos na imprensa da época, a grande descoberta da Belter e a maior promessa de fado castiço para os tempos futuros, tendo chegado a actuar em programas da Rádio Televisão Portuguesa, embora não tenha chegado a conhecer os grandes palcos. As causas da sua morte nunca foram confirmadas, ainda que de acordo com um comentário que encontramos "<i>postado</i>" na internet (sempre sujeito a confirmação) poderá ter falecido vítima de uma forte insolação e das complicações posteriores. Stoffel, com uma voz única para um jovem de 22 anos, deixou-nos apenas 4 sentidos fados, sendo um deles, um fado bem conhecido, popularizado mais tarde por Carlos do Carmo, com o título de “<i>Por morrer uma andorinha</i>”, com música de Francisco Viana e letra de Frederico de Brito.<br />
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<span style="font-size: 85%;">Clique no Play para ouvir um excerto do disco</span>bairro do vinil - JPARhttp://www.blogger.com/profile/13895649845951681142noreply@blogger.com4