Em 1977, estreou nos cinemas um dos filmes que mais marcou a década de 70 e que contribuiu para a massificação do disco-sound como género musical dominante nas pintas de dança, renegando para segundo plano o rock & roll, tal como antes este renegara para segundo plano o swing e a suas Big bands. Falamos obviamente de Saturday Night Fever (“A febre da sábado à noite”), dirigido por John Badham e que consagrou John Travolta a nível mundial, através da sua interpretação da personagem Tony Manera, jovem trabalhador numa loja de tintas que, aos fins de semana saía do anonimato, fazendo sucesso junto das pistas de dança.
Ora, para muitos cépticos seria impossivel imaginar que também o Zé Povinho, personificando a labuta semanal do povo português, poderia também com o seu airoso perfil campestre fazer sucesso nas pistas de dança portuguesas, tal como assim o fez Travolta em "Saturday Night Fever", ao ponto de Zé Povinho poder ser mesmo apelidado de “Zé Travolta”. Contudo, o impossível, principalmente na música, é palavra desconhecida. Principalmente para Shegundo Galarza e sua equipa que, dois anos após Saturday Night Fever, não hesitou em aliar o novo som mundial ao nosso tradicional som das Marchas Populares, tendo o resultado sido um interessante álbum de “disco-marcha”, tão tipicamente português.
Vertido em dois longos medleys que preenchem uma faixa de cada um dos lados do disco, “(Ou)Travolta na Música Portuguesa”, faz jus ao título de capa, na medida em que Shegundo Galarza com a sua versatilidade e rigor, conseguiu dar uma “outra volta” a temas popularizados nas Marchas de Lisboa, transportando-os directamente para as pistas de dança. Aliás, tal não terá sido por mero acaso, visto que, mesmo tecnicamente a marcha popular e o disco sound são ritmicamente similares.Ora, para muitos cépticos seria impossivel imaginar que também o Zé Povinho, personificando a labuta semanal do povo português, poderia também com o seu airoso perfil campestre fazer sucesso nas pistas de dança portuguesas, tal como assim o fez Travolta em "Saturday Night Fever", ao ponto de Zé Povinho poder ser mesmo apelidado de “Zé Travolta”. Contudo, o impossível, principalmente na música, é palavra desconhecida. Principalmente para Shegundo Galarza e sua equipa que, dois anos após Saturday Night Fever, não hesitou em aliar o novo som mundial ao nosso tradicional som das Marchas Populares, tendo o resultado sido um interessante álbum de “disco-marcha”, tão tipicamente português.
Acresce ainda destacar o interessante grafismo presente na capa do disco, com um Zé-Povinho, com calças e botas de dança encarnado Travolta, ao mesmo tempo que da cintura para cima mantêm o figurino tradicional português.
Clique no Play para ouvir um excerto do disco
Boom 5004 (72133)- Edição Especial para os sócios do Círculo de Leitores.
Lado A :Lá vai Lisboa/ Marcha do Centenário/Lisboa dos Milagres/Cheira a Lisboa/Lisboa dos Manjericos
Lado B :S. João Bonito/ Cantiga da Rua/Grande Marcha de Lisboa/ Lisboa à noite/Marcha do bairro alto
Shegundo Galarza - Arranjos e direcção musical, teclas, efeitos
José Nabo – Baixo
João Henrique – Produção, viola, efeitos
Ramon Galarza – Bateria/percussão/efeitos
Metais : Constantino Jesus, António Gomes, Idalino Roque, Gilberto Mota
Coros : João Henrique, Paulo de Carvalho, Rosa do Canto, Dulce Neves e Joana.
Som: José Fortes
Gravado na Rádio Triunfo em 8 pistas (dolbizadas)
Capa : Vitor Mesquita
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