Hoje retiramos do baú do esquecimento a figura de Germano Rocha, mais um ilustre emigrado, perfeito desconhecido nos tempos de hoje. De seu nome completo Germano Pereira da Rocha, nasceu na terra do folclore, em Santa Marta do Portuzelo, em 1937, tendo sido naquela colectividade que cantou pela primeira vez com a tenra idade de 8 anos. Antes de começar a cantar profissionalmente, encontrava-se empregado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Lisboa. Foi nessa cidade que teve contacto pela primeira vez com o fado, tendo sido enquanto cumpria o serviço militar, em 1958, que cantou no Restaurante Típico Luso e conseguido a sua carteira profissional, facto que lhe permitiu adquirir um passaporte e partir para França. Aliás, foi nesse país que Germano Rocha, passou a ser verdadeiramente um músico profissional, quando, em Paris é descoberto por um célebre musicógrafo francês, Jean Witold, que lhe abriu as portas para gravar, em pouco tempo uma série de discos em formato Long Play, em língua portuguesa para a Polydor e para a Barcllay, com fados e baladas portuguesas, nomeadamente fados de Coimbra. Depois dos discos seguiram-se as actuações, tanto em televisões como espectáculos, tendo corrido o mundo, até se radicar, de forma aparentemente definitiva no Canadá, onde hoje é membro da «Guilde des Musiciens du Québec», da Sociedade dos Autores Compositores do Canadá e membro Honorífico da Confraria dos Enologistas do Québec.
Após contacto com o artista e após uma pesquisa na Internet, recolhemos também, do próprio site de Germano Rocha, este parágrafo que transcrevemos: “Instalado na citade de Québec desde há alguns anos, onde possuiu um restaurante típico, Germano Rocha, não abandonou a ideia de ser divulgado em Portugal. Canadá, já o homenageou, escolhendo uma das suas canções escrita em francês, para ser arquivada no Museu do Homem da cidade de Ottawa na selecção intitulada «Many are strong among the Strangers».”
Curiosamente, em 1965, numa entrevista para um revista de actualidades portuguesa, Germano Rocha, dizia peremptóriamente que jamais cantaria em francês por entender que as suas canções se encontravam ao serviço da música portuguesa. Ora,o que é certo é que, até ao momento o estado português ainda não se lembrou de reconhecer institucionalmente o trabalho de divulgação da nossa cultura levado a cabo por Germano Rocha ao longo de mais de 5 décadas,o que de certa forma não nos espanta, atendendo ao facto de outros artistas portugueses (bem mais conhecidos que Germano Rocha) terem tido também papel de destaque no estrangeiro e hoje encontrarem-se perfeitamente esquecidos.
Cabe-nos a nós tentar inverter a situação e divulgar ainda que de forma bem modesta a excelente qualidade das canções de Germano Rocha editadas em Portugal sob a chancela da Alvorada. Não se tratam de meras canções saudosistas ou canções desprovidas de sentido poético, bem pelo contrário. Tratam-se de canções com arranjos instrumentais de grande preponderância, criando-se assim um tapete sonoro que reforça a temática adjacente a cada um dos poemas orquestralmente musicados pelo maestro Victor Campos. Curiosamente, Germano Rocha na série de EP's e singles que gravou em Portugal socorreu-se de arranjos orquestrais em detrimento do acompanhamento das violas e guitarras portuguesas, facto que deu um outro "balanço" rítmico à sua voz e uma certa emotividade em determinadas canções. Assim, destacamos as os temas “Altos Fundos”, escritos sobre refrão popular, e “Canção de Vitória” , para ilustrarmos da melhor forma possível a elevada qualidade de produção deste disco.
Após contacto com o artista e após uma pesquisa na Internet, recolhemos também, do próprio site de Germano Rocha, este parágrafo que transcrevemos: “Instalado na citade de Québec desde há alguns anos, onde possuiu um restaurante típico, Germano Rocha, não abandonou a ideia de ser divulgado em Portugal. Canadá, já o homenageou, escolhendo uma das suas canções escrita em francês, para ser arquivada no Museu do Homem da cidade de Ottawa na selecção intitulada «Many are strong among the Strangers».”
Germano Rocha, em 1965. |
Cabe-nos a nós tentar inverter a situação e divulgar ainda que de forma bem modesta a excelente qualidade das canções de Germano Rocha editadas em Portugal sob a chancela da Alvorada. Não se tratam de meras canções saudosistas ou canções desprovidas de sentido poético, bem pelo contrário. Tratam-se de canções com arranjos instrumentais de grande preponderância, criando-se assim um tapete sonoro que reforça a temática adjacente a cada um dos poemas orquestralmente musicados pelo maestro Victor Campos. Curiosamente, Germano Rocha na série de EP's e singles que gravou em Portugal socorreu-se de arranjos orquestrais em detrimento do acompanhamento das violas e guitarras portuguesas, facto que deu um outro "balanço" rítmico à sua voz e uma certa emotividade em determinadas canções. Assim, destacamos as os temas “Altos Fundos”, escritos sobre refrão popular, e “Canção de Vitória” , para ilustrarmos da melhor forma possível a elevada qualidade de produção deste disco.
Clique no play para ouvir um excerto dos temas
Germano Rocha - "Floresce a Vida"
Alvorada : EP-S-60-1517
Lado A 1. Floresce a Vida (Germano Rocha)
Lado A 2. Altos Fundos (Germano Rocha/Popular)
Lado B 1. Canção de Vitória (Germano Rocha/ João de Castro Osório)
Lado B2 . Beijos que eu te dei (Germano Rocha/Manuel Collares Pereira)
3 comentários:
João Pedro: a voz de Germano Rocha não te lembra a de nenhum outro cantor português?
Salvo alucinação em contrário, a voz parece-me igualzinha à do Fausto.Correcto ?
É o Fausto, claro. É incrível a parecença!
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