terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Alberto Ramos - Beijinho Doce

Abordamos hoje um cançonetista que gozou de alguma popularidade em finais da década de 1950 e nos inícios da década de 60 e cujo percurso musical, à semelhança de outros tantos cançonetistas do seu tempo, se terá eclipsado de forma abrupta ainda durante a década de 60. A particularidade de Alberto Ramos é que, ao contrário da maioria dos outros cançonetistas, que ingressaram nos quadros da Emissora Nacional de forma espontânea (isto é, apresentando-se a provas perante um exigente júri) começou a cantar acidentalmente, quando se encontrava a cumprir o serviço militar no Funchal (onde nasceu, em 1930). Por mera coincidência, o comandante da sua companhia era o director da E.N. de S. Martinho (Funchal) que reparou que Alberto Ramos tinha boa voz, tendo-o de imediato convidado para cantar aos microfones da estação, ainda que na altura sem qualquer carácter profissional.
Desde esse momento até à gravação dos seus primeiros discos, tudo ocorreu num verdadeiro ápice para Alberto Ramos que acabaria por ficar livre do serviço militar ao fim de 3 meses, tendo rumado imediatamente para Lisboa, altura em que conheceu o radialista Igrejas Caeiro que, depois de uma audição logo o contratou, tendo iniciado a sua carreira como cançonetista no programa de Rádio Companheiros de Alegria. No dia 16.02.1958, estreou-se aos microfones da RTP, participando no programa "O senhor que se segue", tendo sido precisamente, aquando da sua primeira aparição na TV, que Jaime Filipe (engenheiro de som da RTP) lhe propôs a gravação de um contrato de 3 anos para a editora Alvorada.

No que diz respeito à discografia de Alberto Ramos podemos adiantar, com um elevado grau de probabilidade, que terá sido toda gravada para a etiqueta Alvorada, tendo-se estendido até 1962, num total de quatro Ep's em nome próprio (ou seja, mais um do que os propostos em 1958 por Jaime Filipe), ao que acresce ainda um outro repartido com a cançonetista Margarida Amaral, em homenagem ao Clube de Futebol os Belenenses.
Da sua discografia, destacamos do seu primeiro disco gravado em 1959, a canção "Beijinho Doce", com acompanhamento do Conjunto de Hélder Reis, cujos autores da letra e música desconhecemos, pelo facto de o label do disco não conter qualquer informação relativamente a essa canção (ao contrário das restantes 3 músicas que compõem o disco, cuja informação e créditos autoriais se encontra identificada). No entanto, por gostarmos tanto da capa do seu primeiro disco, não poderíamos deixar de escolher esta canção para apresentar Alberto Ramos às novas gerações.

Alberto Ramos, em 1961
Como já referimos no primeiro parágrafo desta mensagem, posteriormente à gravação do seu último disco, nada mais sabemos do percurso de Alberto Ramos, ainda que sobre nós tenham pairado recentes rumores, recolhidos junto de anteriores antigos vizinhos, que terá abandonado a vida de cançonetista para ser empresário no ramo das artes e do espectáculo. Ou teria voltado a ser comerciante, profissão que exerceu paralelamente até alcançar o sucesso, vendendo bordados da Madeira a bordo de navios em alto mar ? Não sabemos, pelo que apelamos a quem nos possa elucidar a sempre bem vinda colaboração.





Clique no Play para ouvir "Beijinho Doce"

2 comentários:

Baldur disse...

O Alberto é meu cunhado..mora hoje em Cascais.

tem 3 filhos e esteve pelo Brasil desde 1975...

se quiser saber mais entre em contato

bairro do vinil - JPAR disse...

Bom dia, obrigado pelo seu comentário. Andámos à procura do Alberto Ramos na última morada por nos conhecida, em Lisboa, e nada. Como poderei entrar em contacto consigo ? Tem o meu email no canto superior direito do blogue. Obrigado.