
“Balada para Olimpo” e “Balada Imperfeita” não são propriamente baladas. São títulos de subterfúgio... Por alturas de 1969-70 imperava o estilo baladeiro, e o autor quis, dentro daquele estilo, e de combinado com Carlos Filipe Rei, dar-lhes uma característica musical de forma a fugir ao timbre então em voga. Estes trabalhos foram realizados em 1970. Mas só em Fevereiro de ano feliz de 1974 foram aceites pela etiqueta Alvorada para a voz de Carlos Filipe Rei. Era mais uma aventura face à censura da época... E acontecesse o que acontecesse a Alvorada encarregou o maestro Correia Martins das orquestrações. A 18 de Abril Carlos Filipe Rei não gravara a voz por estar nervoso; admite-se, pois é este o seu primeiro disco. Logo a seguir acontece o glorioso 25 de Abril! Assim, os versos sofreram algumas alterações nas imagens verbais de passado e presente. José Vicente”

Apesar de se perspectivar uma série de futuros discos, a grande verdade é que estas quatro canções acabaram por ser o único legado de Carlos Filipe Rei, cujo percurso posterior desconhecemos por completo, sabendo, no entanto, que se tratou do único disco gravado por este artista. Para a história da música portuguesa de intervenção, ficou, portanto, um disco musicalmente distanciado do género baladeiro da altura, enraizado numa produção mais profunda, orquestral e com arranjos rítmicos com reminiscências directas em géneros musicais habitualmente de fora dos padrões normais do canto de intervenção do pré 25 de Abril.
Clique no Play para ouvir um excerto do disco
Lado A 1 - Romance sem resumo (Carlos Filipe Rei- José Vicente)
Lado A 2 - Balada para Olimpo (Carlos Filipe Rei- José Vicente)
Lado B 1- Amor canta Alegria (Luciano-Vargues- José Vicente)
Lado B 2 -Balada Imperfeita (Carlos Filipe Rei – José Vicente)
Alvorada EP-60-1521
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