Foi com grande prazer que, literalmente, resgatámos, salvando-o de um provável triste destino o disco que hoje apresentamos aos novos ouvintes. Trata-se de um single, de Luiz Rego, personagem quase esquecida do panorama musical português, provavelmente um dos portugueses emigrantes mais respeitados, nomeadamente em solo francês, onde há muitos anos se radicou.
Nascido em 1944, oriundo de uma família anti-salazarista, Luiz Rego deixa Lisboa em 1962, ainda com 17 anos de idade, para evitar um eminente recrutamento para o serviço militar em Angola, tendo chegado a França, onde executou toda a espécie de trabalhos: primeiramente ocupado numa fábrica, depois como ajudante de cozinha, fez de tudo um pouco, até finalmente encontrar, por mero acaso (como muitas coisas na vida) os músicos que iriam influenciar para sempre a sua entrada para o mundo artístico, nomeadamente o mundo do espectáculo e da representação. Por essa razão, é hoje conhecido em França como músico, actor (tendo contracenado, entre outros, com Gérard Depardieu) dramaturgo e, maioritariamente, conhecido por comediante.
Através da formação de Les Problemes, grupo de rock de culto em França, o qual Luiz Rego ajudou a formar (enquanto baixista), deu o salto para o mundo da canção e mais tarde da representação. Efectivamente, desfeito o grupo Les Problemes, o mesmo deu origem a uma nova formação, Les Charlots, inicialmente um grupo de cómicos, adaptado mais tarde a formação de rock ao sabor da corrente ye ye e rockabilly.
Facto interessante é que, depois de Les Problemes se terem estreado na televisão francesa e do sucesso imediato que tiveram, quando o agrupamento se deslocou a Portugal pela primeira vez, Luiz Rego foi imediatamente detido e preso durante vários meses, por fuga ao serviço militar. Sendo, por isso, Luiz Rego, um dos poucos prisioneiros políticos portugueses a quem foi dedicado um título de uma canção, pelos outros elementos do grupo, intitulada "Ballade à Luis Rego, Prisonnier Politique", sendo quase certo que, Luiz Rego não terá participado na gravação desse E.P., lançado pela Etiqueta Vogue... precisamente por estar preso!
Nascido em 1944, oriundo de uma família anti-salazarista, Luiz Rego deixa Lisboa em 1962, ainda com 17 anos de idade, para evitar um eminente recrutamento para o serviço militar em Angola, tendo chegado a França, onde executou toda a espécie de trabalhos: primeiramente ocupado numa fábrica, depois como ajudante de cozinha, fez de tudo um pouco, até finalmente encontrar, por mero acaso (como muitas coisas na vida) os músicos que iriam influenciar para sempre a sua entrada para o mundo artístico, nomeadamente o mundo do espectáculo e da representação. Por essa razão, é hoje conhecido em França como músico, actor (tendo contracenado, entre outros, com Gérard Depardieu) dramaturgo e, maioritariamente, conhecido por comediante.
Através da formação de Les Problemes, grupo de rock de culto em França, o qual Luiz Rego ajudou a formar (enquanto baixista), deu o salto para o mundo da canção e mais tarde da representação. Efectivamente, desfeito o grupo Les Problemes, o mesmo deu origem a uma nova formação, Les Charlots, inicialmente um grupo de cómicos, adaptado mais tarde a formação de rock ao sabor da corrente ye ye e rockabilly.
Facto interessante é que, depois de Les Problemes se terem estreado na televisão francesa e do sucesso imediato que tiveram, quando o agrupamento se deslocou a Portugal pela primeira vez, Luiz Rego foi imediatamente detido e preso durante vários meses, por fuga ao serviço militar. Sendo, por isso, Luiz Rego, um dos poucos prisioneiros políticos portugueses a quem foi dedicado um título de uma canção, pelos outros elementos do grupo, intitulada "Ballade à Luis Rego, Prisonnier Politique", sendo quase certo que, Luiz Rego não terá participado na gravação desse E.P., lançado pela Etiqueta Vogue... precisamente por estar preso!
Facto menos conhecido é que, aproveitando o talento comprovado que lhe era reconhecido, Luiz Rego, mais tarde, (provavelmente paralelamente ao seu trabalho com a banda Les Charlots...), grava através da mesma etiqueta, um single em estéreo (não muito comum para a época), cantado em português, onde para além de musicar um poema de Fernando Pessoa (Quadras Soltas) e uma outra composição com letra de Maria Flávia (Amor novo), se apresenta com uma sonoridade totalmente surpreendente para a época (só mesmo comparável ao melhor do Quarteto 1111), principalmente neste último tema. Já o tema Quadras Soltas, é uma transformação radical dos versos de Pessoa, numa maravilhosa bossa nova, que sinceramente, não nos cansamos de escutar, tendo sido mesmo Luiz Rego, um dos primeiros cantores a musicar um tema de Fernando Pessoa.
Uma curiosidade, que desconhecíamos também, é o facto deste disco Vogue, de 1970, com a referência V.45.1730, ter também a sua versão portuguesa, edição Arnaldo Trindade & CA., Lda, com a referência VATS 3002 “Disques Vogue”, sendo esta versão portuguesa que apresentamos hoje aos nossos ouvintes.
Tanto quanto sabemos, este single contém as únicas canções gravadas em português por Luiz Rego, conhecendo apenas a gravação de mais um L.P. a solo, também editado pela Vogue, cujo ano de edição desconhecemos.
Clique no Play para ouvir um excerto de Quadras Soltas
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